“Durante os últimos seis dias, o SINTAB denunciou às autoridades 11 ocorrências ilegais, que violam o direito à greve”, pode ler-se num comunicado hoje emitido pela estrutura sindical depois da greve ocorrida entre quinta e terça-feira (05 a 10 de agosto).
Em linha com o que já tinha comunicado, o sindicato menciona que não houve “precaução por parte da Super Bock para que os trabalhadores pudessem cumprir o seu direito à greve em segurança e sem pôr em causa a qualidade dos produtos”, acusando também a empresa de fazer “substituição direta de trabalhadores declaradamente em greve”.
O SINTAB também acusa a empresa de bebidas de reforçar o “contingente operacional com recurso a trabalho extraordinário e trabalhadores temporários que exerceram funções diferentes daquelas para que foram contratados”.
O sindicato refere também que a greve “impactou negativamente os índices de produção da Super Bock, ao provocar paragens completas, durante os períodos referenciados, de, pelo menos, quatro das seis linhas de enchimento, e provocar restrições operacionais nas restantes, ora por necessidades de manutenção, ora por falta de técnicos capacitados”.
Questionada pela Lusa, fonte oficial da Super Bock “refuta categoricamente as acusações do SINTAB, e reafirma que sempre pautou e continuará a pautar a sua atuação pelo cumprimento escrupuloso da lei, e pelo respeito pelos direitos dos seus trabalhadores”.
O grupo empresarial refere ainda que no período de greve de seis dias, entre 05 e 10 de agosto, “foram 63 os trabalhadores que optaram por exercer o seu direito à greve”.
“De recordar que o universo do pré-aviso são, aproximadamente, 800 trabalhadores, traduzindo-se numa taxa de adesão inferior a 10%, o que significa que a larga maioria dos trabalhadores da Super Bock Bebidas não se reviu nesta greve agendada para o mês de agosto de um ano difícil, penalizadora da atividade da empresa, das suas marcas e dos seus colaboradores”, pode ler-se na resposta de fonte oficial da empresa.
No comunicado hoje emitido, o SINTAB refere que compete à administração da Super Bock “analisar a postura adotada e aferir a relação custo benefício que resulta dos efeitos da greve provocada pelas atitudes ofensivas aos trabalhadores”.
Os trabalhadores da Super Bock convocaram uma greve entre 05 e 10 de agosto, segundo o pré-aviso do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal, tendo sido esta a quarta paralisação desde dezembro.
Depois das paralisações em dezembro, março e junho, os trabalhadores da Super Bock fizeram greve em agosto, com paragens parciais em todos os turnos, por aumentos salariais, pela valorização do trabalho, pela “projeção da riqueza criada” pelo empregador, e contra “a posição irredutível da administração em não evoluir a sua proposta no sentido de a aproximar à dos trabalhadores, respeitando a lógica negocial que se exige, e os sindicatos empregaram”.
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