O apelo é feito numa carta enviada hoje à ministra da Saúde, Marta Temido, em que o SIM afirma que “postergar uma medida desta natureza e alcance, pode vir a redundar, no que constituiria um gravíssimo problema de saúde pública, na infeção, em primeira linha, precisamente dos mais expostos” e dos “mais necessários na luta quotidiana contra o SARS-CoV-2”.
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, afirmou que este é o momento de alertar para “a inação da senhora ministra da Saúde (…) que ainda não fez com que se exercesse uma orientação no sentido de proteger os profissionais de saúde, nomeadamente os médicos”.
O líder sindical saudou o facto de algumas dezenas de milhares de portugueses “mais frágeis” já estarem vacinados com a terceira dose, mas ressalvou que o SIM tem esperado “pacientemente” que pudesse ocorrer a mesma orientação para a vacinação dos profissionais de saúde, uma vez que há disponibilidade de vacinas, capacidade de organização e dados “cada vez mais fortes” de que a pandemia está a aumentar a sua incidência.
Por isso, vincou, “é fundamental que se faça esta vacinação”, admitindo que gostaria que não tivesse sido necessário ser o SIM a alertar para esta necessidade.
“Esperávamos que o Ministério da Saúde e o Governo se preocupassem em proteger os seus profissionais. Médicos infetados não podem tratar os seus doentes e, por isso, exigimos que essa vacinação ocorra o mais rapidamente possível”, insistiu.
Questionado se há médicos infetados com o SARS-Cov_2, o dirigente sindical referiu que dos relatos que vão chegado ao SIM de “forma indireta” esse número tem aumentado nas últimas semanas.
“Os internamentos felizmente não são, neste momento, de preocupação, mas devemos prevenir a situação em vez de remediar e por isso fizemos esta carta à ministra da Saúde, que esperamos que tenha uma resposta rápida”, defendeu.
Na carta, a que a Lusa teve acesso, o SIM lamenta que as autoridades de saúde e “a cúpula do ministério” não revelem, até à data, “a mínima preocupação pelo problema da efetividade protetora da vacinação dos trabalhadores médicos e dos demais trabalhadores desta área”, que constituíram um grupo prioritário de vacinação, tendo sido inoculados no fim de dezembro de 2020 e janeiro de 2021.
Recorda ainda que são estes profissionais que assistem e tratam “todos os que de si precisem, a começar pelos mais débeis e pelos mais idosos”.
“Não se trata, portanto, da reivindicação de um qualquer privilégio, mas sim de observar que o interesse nacional se materializa, no quadro da pandemia que nos assola, na defesa estrénua da integridade e proteção da saúde deste grupo profissional, como condição ‘sine qua non’ para poderem continuar a exercer o seu indeclinável papel nos serviços de saúde públicos e também nos estabelecimentos dos setores privado e social”, salienta o SIM, manifestado disponibilidade para contribuir “no que se julgue conveniente”.
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