“É preciso dar um basta na cultura do desrespeito, da intolerância e da violência contra as mulheres”, diz, numa nota, o Sindicato dos Bancários de Brasília, que também insta o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, a ordenar a demissão imediata de Guimarães.
No mesmo sentido, manifestaram-se os sindicatos dos bancários do setor privado, que também exigiram que Guimarães fosse julgado com todo o rigor da lei na justiça criminal.
As denúncias contra Guimarães, apresentadas aos tribunais por pelo menos cinco funcionárias da Caixa Económica Federal, tramitam sob sigilo judicial, mas foram reveladas na terça-feira pelo portal de notícias Metrópoles, que publicou depoimentos das próprias vítimas.
Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre o caso, embora fontes oficiais tenham dito aos ‘media’ locais que o Governo deverá demitir Guimarães ou exigir a sua renúncia ainda hoje.
Guimarães, por seu lado, ignorou as queixas contra si e participou, juntamente com a mulher, num ato oficial da Caixa Económica Federal hoje de manhã, durante o qual garantiu que “sempre se pautou pela ética” e destacou os “valores tradicionais da família”, fazendo referência a um ‘slogan’ repetido pelo Governo brasileiro.
Os depoimentos das supostas vítimas colhidos pelos ‘media’ brasileiros, no entanto, desenham outra face do influente presidente da Caixa Económica Federal, que costuma acompanhar Bolsonaro nas suas viagens pelo país.
As histórias falam de repetidos abusos, carícias, tentativas de promover orgias ou convites para saunas ou mesmo para o quarto que Guimarães ocupou em hotéis em viagens oficiais com a sua equipa, composta por várias mulheres.
“É comum ele te pegar pela cintura e pelo pescoço. Aconteceu comigo e com vários colegas. Ele trata as mulheres que estão perto dele como se fossem suas”, disse uma das denunciantes ao Metrópoles.
Até agora, a Caixa Económica Federal apenas respondeu a esse escândalo com uma nota na qual afirmava não ter conhecimento das denúncias e garantia que adota “medidas para eliminar comportamentos relacionados a qualquer tipo de assédio”.
Depoimentos de mulheres que contaram terem sido alvo de assédio também foram publicados pelo jornal Folha de S.Paulo, que entrevistou uma mulher que relatou ter sido puxada pelo pescoço por Guimarães e ter ficado em choque após o episódio.
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