Em declarações à televisão britânica, o chefe do governo trabalhista sublinhou que a sua prioridade “absoluta” é pôr fim à desordem e que “as sanções penais devem ser rápidas”.
Starmer, que falava no final de uma reunião do comité de emergência Cobra, em que participaram ministros, chefes de polícia e serviços de segurança, para analisar os tumultos e tomar medidas se estes continuarem nos próximos dias, insistiu que todo o “peso da lei” será aplicado aos responsáveis pela violência do fim de semana.
“Não se tratou de um protesto, tratou-se de violência”, declarou o líder trabalhista, que considerou “intolerável” o facto de as mesquitas terem sido alvo de ataques.
Starmer reafirmou que haverá espaço suficiente nas prisões para prender os responsáveis pelo arremesso de todo o tipo de objetos, como pedras e garrafas, contra os agentes da autoridade e pelo ataque a mesquitas e a um hotel que acolhe requerentes de asilo.
Segundo a polícia britânica, mais de 90 pessoas foram detidas na sequência da violência que eclodiu sábado em várias cidades britânicas durante protestos de extrema-direita.
“Mas vamos fazer com que isto funcione e vamos certificar-nos de que temos os lugares necessários [para as prisões] para levar rapidamente os responsáveis à justiça”, acrescentou.
Entre outras questões, o primeiro-ministro britânico alertou para o facto de o direito penal dever ser aplicado “tanto ‘online’ como ‘offline'”, para que as pessoas que cometem crimes na Internet – numa clara referência ao incitamento à violência – sejam tratadas da mesma forma.
Questionado sobre se irá convocar o parlamento, como vários deputados estão a pedir, Starmer disse que a prioridade agora é garantir que as ruas do país se tornem seguras para todos.
“O meu objetivo é garantir que se ponha fim a esta desordem e que as sanções penais sejam rápidas”, afirmou.
Um porta-voz de Downing Street disse que, no final da reunião de emergência, o primeiro-ministro prestou homenagem ao trabalho dos agentes da polícia que tentaram controlar os motins e que centenas de pessoas tinham sido detidas.
“A polícia continua a utilizar recursos adicionais em todo o país, em locais estratégicos, sempre que necessário”, acrescentou o porta-voz.
As tensões aumentaram na sequência do ataque à facada de 29 de julho num centro recreativo em Southport, no noroeste de Inglaterra, em que três raparigas foram mortas e oito crianças e dois adultos ficaram feridos.
O autor do ataque, Axel Rudakubana, de 17 anos, nascido no País de Gales e filho de pais ruandeses, foi acusado do assassínio das raparigas e da tentativa de assassínio de outras dez pessoas, mas a ira entre os grupos de extrema-direita cresceu quando se espalhou nas redes sociais a informação incorreta de que o atacante era um requerente de asilo que tinha atravessado o Canal da Mancha de barco.
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