A agência sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional indicou, em comunicado, que a Suécia leva “muito a sério as acusações” e informou que os fundos que estavam destinados este ano à Agência das Nações Unidas de Apoio aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA) serão “redistribuídos a outras organizações humanitárias”.
O ministro sueco da Cooperação Internacional, Johan Forsell, comentou ser “uma decisão muito acertada”, referindo que se deve chegar “ao fundo” da questão o mais depressa possível.
O montante do financiamento ascende a 31 milhões de coroas suecas (2,7 milhões de euros), segundo o diário sueco ‘Aftonbladet’.
Após as denúncias de Israel, a UNRWA anunciou a demissão de 12 elementos e o início de uma investigação sobre o presumível envolvimento no ataque.
Os norte-americanos foram os primeiros a suspender o financiamento, seguindo-se Canadá, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Países Baixos, Áustria, Alemanha, Itália, França, Suíça, Roménia e Japão, bem como os três países bálticos.
Hoje, a coordenadora de Assuntos Humanitários e Reconstrução da ONU para Gaza, Sigrid Kaag, defendeu que nenhuma organização pode “substituir” a agência na assistência à população da Faixa de Gaza.
Para Kaag, não é substituível a “enorme capacidade, estrutura e o conhecimento da população de Gaza” pela UNRWA.
A Comissão Europeia (CE) adiantou já que tomará as próximas decisões à luz da investigação iniciada a este caso pela ONU.
Dos outros grandes doadores – com contribuições superiores a 10 milhões de dólares por ano – apenas a Espanha, a Noruega, a Suécia, a Dinamarca e a Bélgica mantêm as suas contribuições, tal como a Arábia Saudita, o Qatar e o Kuwait, que não adotaram medidas imediatas, embora continuem atentos aos resultados das investigações abertas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu à comunidade internacional que não suspenda o seu apoio à agência, uma vez que “os alegados atos horrendos destes funcionários devem ter consequências”, mas também há “dezenas de milhares de pessoas”, cerca de 30 mil, que trabalham e que não devem ser penalizadas.
Este pedido foi apoiado por vinte das mais importantes ONG humanitárias, que alertam que se estas suspensões não forem revertidas poderá ocorrer “um colapso completo da já restrita resposta humanitária em Gaza”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, cancelou uma reunião com o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, e apelou à sua demissão por alegado apoio ao terrorismo.
Depois de 7 de outubro, Israel declarou guerra ao Hamas e, desde então, lançou uma ofensiva aérea, marítima e terrestre contra a Faixa de Gaza que provocou mais de 26.400 mortos, segundo dados do grupo islamita palestiniano.
Mais de dois milhões de habitantes da Faixa de Gaza, atualmente deslocados por causa da guerra vivem uma crise humanitária sem precedentes e dependem da ajuda da UNRWA, que conta com mais de 30 mil trabalhadores e é a maior organização do território fora da esfera do Hamas.
Israel acusou ainda a agência das Nações Unidas de doutrinar com ódio contra si os estudantes, enquanto o exército israelita encontrou túneis do Hamas junto ou debaixo das instalações da UNRWA.
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