Três reclusos, supostamente ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior fação criminosa do Brasil, confessaram o envolvimento no duplo assassínio e já foram isolados, detalhou a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo.

As autoridades estão a investigar um quarto recluso supostamente envolvido no crime, que ocorreu numa das alas de um presídio em Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, estado onde o PCC nasceu e epicentro das suas atividades criminais.

A polícia abriu um inquérito para esclarecer as circunstâncias das duas mortes.

Segundo a imprensa local, os dois mortos são Janeferson Aparecido, conhecido como Nefo, e Reginaldo Oliveira, vulgo Rê.

Ambos eram acusados de serem membros de uma célula do PCC encarregada de planear atentados contra as autoridades brasileiras.

Em março de 2023, uma operação da Polícia Federal resultou na prisão de vários integrantes do grupo, que há um ano planeava o assassínio simultâneo de diversos membros das autoridades.

Sergio Moro, mundialmente famoso por condenar o atual presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e que mais tarde se tornou ministro da Justiça no Governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), era um alvo prioritário.

O PCC monitorizava de perto a rotina de Moro e da família.

De acordo com a investigação, o PCC planeou raptar Moro a 30 de outubro de 2022, dia da segunda volta das eleições presidenciais em que o líder Lula da Silva saiu vitorioso nas eleições contra Bolsonaro.

Moro desenvolveu a carreira como magistrado na cidade de Curitiba e liderou a operação anticorrupção Lava Jato.

O PCC nasceu na década de 1990 nas prisões de São Paulo e hoje é a mais poderosa quadrilha criminosa dedicada ao tráfico de drogas na América do Sul, com tentáculos em vários países da região.