Em declarações à agência Lusa, o coordenador da FECTRANS José Manuel Oliveira disse que a decisão de suspender a greve dos “mais de 1.500 trabalhadores” de empresas do grupo Barraqueiro está relacionada com as reuniões que estão a decorrer entre a administração e os trabalhadores para negociar novos valores salariais.

“Há dados novos que têm que ser avaliados, como há este conjunto de reuniões que está marcado pela administração e que ainda não terminou, só terminará na próxima semana, entendemos aguardar pelo final das reuniões, ver o conjunto das propostas que são apresentadas publicamente aos trabalhadores e, depois, a partir daí, então avaliaremos e decidiremos o que fazer para a frente”, declarou José Manuel Oliveira.

De acordo com o coordenador da FECTRANS, a administração do grupo Barraqueiro tem-se recusado a negociar com os sindicatos, pelo que aos trabalhadores tem exposto “as propostas que não apresentou à organização sindical”.

O aumento de salários e a melhoria das condições de trabalho são os motivos da greve, convocada pela FECTRANS para sexta-feira, por um período de 24 horas e com uma concentração dos trabalhadores na sede do grupo Barraqueiro, em Lisboa, mas que foi hoje suspensa.

“Pressionada com a greve do passado dia 19 de outubro e com esta do dia 09 [de novembro] e tendo em conta que se estava a verificar uma grande mobilização dos trabalhadores, [a administração] optou por simular um processo negocial com contactos diretos com trabalhadores”, afirmou José Manuel Oliveira, acrescentando que, neste âmbito, “há propostas de valores salariais novos”, dos quais alguns aproximam-se das reivindicações dos trabalhadores.

Assim, a organização sindical está a aguardar para que, em função da avaliação global das propostas da administração, poder “decidir o que fazer relativamente a continuar ou não a greve ou manifestar ou não o acordo aos valores salariais que possam estar em cima da mesa”, avançou o coordenador da FECTRANS.

“Quando tivermos os dados todos presentes na nossa discussão faremos a avaliação, em função daquilo que são as propostas apresentadas aos trabalhadores, se correspondem ou não correspondem àquilo que são as nossas reivindicações ou se se aproximam daquilo que são as nossas revindicações, e em função disso e com trabalhadores, se aceitamos ou se não aceitamos ou se mantemos um conflito laboral para que esses valores possam aumentar”, reforçou.

Em 19 de outubro, cerca de 50 trabalhadores do grupo Barraqueiro concentraram-se em frente à sede da empresa, em Lisboa, para reivindicar aumento de salários e melhores condições de trabalho.

Nesse mesmo dia, os trabalhadores agendaram uma nova paralisação para 09 de novembro, se, até lá, não houvesse “negociações sérias” por parte da empresa.

O protesto dos trabalhadores envolve as empresas de transporte Boa Viagem, Estremadura, Mafrense, Barraqueiro Alugueres, Barraqueiro Oeste, estas da empresa Barraqueiro Transporte, e ainda as empresas Cytirama, Isidoro Duarte, JJ Santo António, Ribatejana Verde e Rodoviária do Alentejo.