O general Rovisco Duarte, em resposta a perguntas do deputado do CDS-PP João Rebelo na comissão parlamentar de Defesa Nacional, assegurou que o Exército tem consciência do "peso da ocorrência" e do seu significado para a "credibilidade e prestígio institucionais", e nesse sentido colaborou com "o escrutínio acelerado e pressão por parte de alguns setores da sociedade".
"Tenho uma relação dos investimentos realizados e devo dizer que ascendem, neste momento, em cerca de 4,3 milhões de euros, Santa Margarida e outras unidades, melhorias na captação de imagens, melhorias nas arrecadações de material de guerra", afirmou, acrescentando que se manteve a atividade normal, nomeadamente com o apoio aos incêndios florestais por parte de 16 mil militares e outros compromissos.
Rovisco Duarte referiu-se ao "esvaziamento dos paióis nacionais de Tancos, investimentos em Santa Margarida e numa série de unidades, estabelecimentos e órgãos por todo o país, a par da revisão de normativos e implementação de procedimentos relacionados com segurança".
"[O Exército] fez as averiguações que lhe competiam, implementou as medidas que se exigiam, respondeu perante a tutela e prestou a colaboração solicitada às instituições competentes e às quais devia respostas. Foi proativo e procurou identificar medidas que pudessem evitar situações análogas, mobilizou capacidades, reafectou recursos e, de forma determinada, desenvolveu ações de concorrência para aquela finalidade", disse.
Sobre a operação concreta de esvaziamento dos paióis de Tancos, o CEME revelou que foram transferidas "1.008 paletes" de material, num total de "1.170 toneladas, quase um milhão de itens", envolvendo "16 viaturas durante cerca de um mês".
A iniciativa de ouvir o CEME partiu do CDS-PP na sequência de uma notícia do jornal semanário Expresso, de 14 de julho, que dava conta de mais material militar em falta do que o que foi recuperado pela Polícia Judiciária Militar, na região da Chamusca, depois do furto de material de guerra dos paióis nacionais de Tancos, em junho de 2017.
Citando partes de acórdãos do Ministério Público, o Expresso noticiou que além das munições de 9 milímetros, há mais material em falta entre o que foi recuperado na Chamusca, como granadas de gás lacrimogéneo, uma granada de mão ofensiva, e cargas lineares de corte. O material em falta, segundo a mesma exposição do Ministério Público, seria "um perigo para a segurança interna".
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