"Claro que o primeiro-ministro sabia e não tem a coragem de assumir isso perante os portugueses devido aos custos eleitorais que isso pode acarretar, mas que saber sabia", disse o advogado em Coimbra, no final de uma reunião com a comissão de trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra.
O antigo eurodeputado mostrou-se perplexo com a "decadência" da classe política e dirigentes portugueses ao mais alto nível do Estado, lamentando que recorram "sistematicamente à mentira e falsidade".
O primeiro-ministro "vir dizer que não sabia aquilo que o seu ministro da Defesa andava a fazer, em assuntos de extrema relevância e importância, é tentar 'tapar o sol com a peneira'".
"Eles nunca sabem daquilo que de mal acontece no interior dos órgãos a que eles presidem e que eles chefiam, isto é típico da decadência, da degenerescência ética, moral e política", sublinhou.
Para Marinho e Pinto, este tipo de coisas aproxima "Portugal mais daquilo que de pior existe em África e na América latina, do que daquilo que melhor existe na Europa".
"Este tipo de coisas aproxima Portugal mais daquilo que de pior existe em África e na América latina do que daquilo que melhor existe na Europa", enfatiza o líder do PDR.
Apesar de não querer entrar em especulações, Marinho e Pinto disse também que lhe custa a acreditar que o Comandante Supremo das Forças Armadas Portuguesas [Presidente da República] não soubesse ou não tivesse maneira de saber aquilo que se estaria a passar.
"Custa-me a acreditar, e não quero fazer juízos por ninguém, mas quando vejo todos os 'papagaios da corte' que têm a função de bendizer os dirigentes máximos, a isentá-los de culpa, faz-me desconfiar de alguma coisa, que alguma coisa correu mal nesse processo", frisou.
Na reunião com a comissão de trabalhadores dos SMTUC, Marinho e Pinto e Pardal Henriques, cabeça de lista por Lisboa, mostraram-se solidários com os motoristas da empresa municipal, que, em 2009, passaram da categoria de agentes únicos, cujo salário base era de 734 euros, para assistentes operacionais, a ganhar de base o salário mínimo.
O presidente do PDR salientou que aqueles trabalhadores foram "aliciados para mudar de carreira quando ganhavam cerca de dois salários mínimos de ordenado mensal e hoje estão reduzidos a um salário mínimo, exercendo as mesmas funções, de motoristas e cobradores".
"Isto é um ludíbrio, uma burla laboral, que foi feita a estes trabalhadores e isto prolongou-se praticamente por toda a legislatura, com o Governo da 'geringonça', dito de esquerda", disse Marinho Pinto, considerando que "isto é o fim de algumas ilusões vendidas pela intensificação da propaganda" dos três partidos da atual solução governativa.
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