“Não estou envolvido em nenhuma entidade interessada, tenho sido procurado por várias - e já agora não vejo nenhum conflito de interesses -, não aceitei nenhuma das abordagens, […] não excluo envolver-me se achar que posso ser útil à própria TAP”, respondeu o advogado à deputada do bloco de esquerda Mariana Mortágua, na comissão de inquérito à companhia aérea, questionado sobre um eventual envolvimento no processo de privatização da TAP que o Governo tem a intenção de levar a cabo.
Lacerda Machado detalhou que poderá ser útil, por exemplo, contribuindo com “algumas alternativas àquilo que se tem perfilado”.
“Não estou certo e seguro se agora é tão bom como em 2020, […] não estou tão certo nem seguro que aquilo que era muito bom em fevereiro de 2020, que esteve à beira de acontecer, [seja agora]”, afirmou o ex-administrador não executivo.
Em 2020, antes da pandemia, noticiou-se que o grupo Lufthansa estaria interessado em comprar a TAP.
Na terça-feira, o ex-acionista Humberto Pedrosa confirmou que um negócio esteve perto de ser fechado em 2020 e que se a pandemia se tivesse atrasado mais um mês, provavelmente, teria sido concretizado, mas não confirmou tratar-se da Lufthansa.
Diogo Lacerda Machado sublinhou que “a TAP sozinha não consegue sobreviver muito mais tempo”. “É dificílimo, está tudo consolidado, tudo junto, é um negócio de volume, escala, margens baixas”, explicou.
Questionado se tem mantido conversas sobre a TAP com membros do Governo, o chamado ‘melhor amigo’ do primeiro-ministro disse que não fala com um membro do executivo sobre a companhia aérea desde 2021, quando deixou a empresa, e com António Costa não fala “desde o dia 9 de abril de 2020”.
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