Entre as largas filas para comprar bilhete para o metro, estão várias dezenas de turistas que, ao chegar ao Aeroporto Humberto Delgado, percebem que não podem ir de táxi ou de autocarro para o centro de Lisboa, como haviam planeado.
É o caso do casal Roberto Vasconcelos e Marina Nora, que, juntamente com outros familiares, chegou hoje do Brasil.
"Acabámos de chegar e estávamos a pensar apanhar um táxi, mas vamos ter de ir de metro, mesmo com estas malas", criticou Marina Nora, admitindo que a situação "afeta por demais" a sua primeira impressão do país.
Os taxistas estão concentrados há horas junto à Praça do Aeroporto, impedindo a saída de viaturas deste local.
Contestam a regulação proposta pelo Governo da atividade das plataformas de transportes de passageiros como a Uber ou a Cabify e tinham como destino a Assembleia da República, mas pararam o protesto na zona do aeroporto de Lisboa, após incidentes na Rotunda do Relógio.
Também à espera de comprar bilhete para o Metropolitano, o alemão Dirk Schmitz contou à Lusa que "tinha pensado em ir no autocarro do aeroporto [Aerobus] para o centro".
Ao chegar, foi informado de que não teria essa opção.
Apesar de não ver aqui um problema, já que "há greves em todo o mundo", Dirk Schmitz realçou que vai demorar "mais a chegar ao destino por causa da fila" do metropolitano.
Mais aborrecido estava Valdersi Silva, um brasileiro que vive em Portugal, mas que chegou hoje de férias no seu país de origem.
"Estou desde as 09:30 à espera de um táxi. Como os meus amigos também não me conseguem vir buscar, vou ter de ir de metro. O problema é que tenho muita bagagem", apontou.
Indicando não ter tido "nenhuma informação do aeroporto", Valdersi Silva confessou que não sabe como é que ele e a mulher vão entrar na carruagem com as quatro malas grandes que trouxeram e com os dois filhos, de 3 e 6 anos.
"Não sei como vou fazer", reforçou.
Um pouco mais ao lado, uma funcionária do aeroporto dava informações aos turistas sobre transportes alternativos.
Preferindo não ser identificada, contou à Lusa que "algumas pessoas já sabiam" da paralisação e que, na maior parte dos casos, "compreendem a situação".
Já cá fora, na Avenida das Comunidades Portuguesas, o belga Baldwino Paelinck disse à Lusa estar a aguardar que um colega de trabalho o fosse buscar para o levar a Oeiras.
"Um colega vem buscar-me. Se não, teria de apanhar o metro", notou, destacando ser "um sortudo" por ter esta opção.
Ainda assim, referiu que o sol e a temperatura tornam a espera mais agradável: "Está um bom tempo aqui, muito melhor do que na Bélgica".
A paralisação está ainda a afetar as empresas de aluguer de carros.
"Não estão a entrar nem a sair carros e as pessoas que os alugam têm de ficar à espera", explicou João Pedro, funcionário da companhia Guerin.
Também nesta zona do aeroporto se verificam largas filas.
As plataformas Uber e Cabify permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros através de uma aplicação para ‘smartphones', mas os operadores que a elas estão ligados não têm de cumprir os mesmos requisitos - financeiros, de formação e de segurança - do que os táxis.
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