A apresentação da peça neste festival alemão foi um convite do Camões Berlim que, em 2016, no ano em que o D. Maria II celebrava os 100 anos, o convidara a representar “By heart” e “António e Cleópatra”, também de Tiago Rodrigues, na Bienal de Wiesbaden, na Haus Hebbel am Ufer e no Kunstfest Weimar.
Protagonizada por Cristina Vidal, uma mulher que trabalha como ponto no Teatro Nacional D. Maria II (TNDM), há mais de 25 anos, “Sopro” estreou-se no Festival de Avignon, em França, em julho do ano passado.
“Sopro” foi a primeira estreia do D. Maria II neste festival e a segunda criação deste teatro em Avignon, depois de “António e Cleópatra” (2015), também da autoria do diretor artístico do Nacional D. Maria.
De 02 a 19 de novembro, “Sopro” esteve em cena na Sala Garrett, do D. Maria II.
A ideia de fazer “Sopro” surgiu depois de Tiago Rodrigues se ter confrontado com a existência de dois pontos profissionais — os últimos em Portugal – quando, em 2015, assumiu funções de diretor artístico deste teatro nacional, explicou então à Lusa.
Por ter trabalhado numa companhia independente, não sabia que utilidade dar-lhes, mas a presença de Cristina Vidal nos ensaios era de “uma solenidade rigorosa de um samurai da palavra, e também da sabedoria de quem já trabalhou com atores de todos os estilos, idades e temperamentos”, acrescentou na altura o diretor artístico do D. Maria II.
O lugar de partida de “Sopro” é assim a imagem de uma mulher nas ruínas de um teatro, onde trabalhou como ponto durante toda a vida.
“Que teatro habita a sua imaginação e a sua memória? Que mundo nos pode dar a ver, usando apenas o seu sopro invisível?” “O que aconteceria se um teatro se desmoronasse e, nos seus escombros, só encontrássemos um sobrevivente: o ponto?”, eis algumas das questões levantadas na peça.
“Sopro” é também uma história de “histórias de amor, de intriga, de trabalho, de política, de vingança, de solidão, de amizade, e todas passadas num teatro”, com interpretação de Beatriz Brás, Isabel Abreu, João Pedro Vaz, Sofia Dias e Vitor Roriz.
A cenografia e desenho de luz são de Thomas Walgrave.
A peça tem produção conjunta do TNDM, com o Festival de Avignon, o Théâtre de la Bastille, Le Parvis – Scène Nationale Tarbes Pyrénées, Terres de Paroles – Seine Maritime – Normandie, ExtraPôle Provence-Alpes-Côte d’Azur, em França, e com o Teatro Viriato, em Viseu.
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