“Zam foi condenado à morte por 13 acusações, incluindo corrupção na terra, e a sua sentença foi confirmada pelo Supremo Tribunal e, após os procedimentos legais de hoje, 12 de dezembro de 2020, a sua sentença de morte foi executada e foi enforcado”, informa a Procuradora-Geral e Revolucionária, em comunicado.
A denominação de “corrupção na terra” está entre as acusações mais graves consideradas pelo Irão, nas quais se inclui o assassinato, o terrorismo ou insurgir-se contra o Estado e em que a jurisprudência islâmica costuma punir com enforcamento.
Ruholá Zam, que viveu vários anos exilados em França, foi detido em 2019 no Irão pelo serviço de inteligência da Guarda Revolucionária, depois de cair “numa armadilha” daquele grupo de elite que conseguiu fazê-lo viajar até ao país, segundo uma informação publicada na altura por este corpo militar.
De acordo com as autoridades, Zam aproveitou a sua condição de filho do clérigo Mohamad Ali Zam para aproximar-se de descendentes de altos responsáveis do país e obter informação sensível sobre o regime teocrático.
Durante os protestos que rebentaram em dezembro de 2017 no Irão contra a fome e que derivaram em críticas contra o sistema, o canal da Telegram Amadnews, de Zam, publicou numerosas informações e imagens.
Este canal foi bloqueado pelo Irão, que acusou o ativista e jornalista de incitar a violência e de ser “uma ferramenta nas mãos dos serviços de espionagem estrangeiros” contra o Irão.
Estes protestos, em que morreram mais de 20 pessoas e milhares foram detidas, foram seguidos de outros em novembro de 2019 contra a subida do preço da gasolina e do sistema teocrático iraniano, que foram ainda mais mortíferos.
Zam já tinha estado preso no Irão devido à sua participação nas manifestações do Movimento Verde de 2009 contra a reeleição do presidente ultraconservador Mahmud Ahmadineyad.
Depois de ser libertado, exilou-se em França, onde residiu até à sua detenção no ano passado.
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