O Tribunal de Tondela realizou hoje a segunda sessão do julgamento em que Pedro Dias responde por um crime de furto qualificado, no dia seguinte a ter sido conhecido o acórdão do Tribunal da Guarda que o condenou à pena máxima de 25 anos de prisão, em cúmulo jurídico, por vários crimes cometidos em Aguiar da Beira, entre os quais três homicídios consumados.
Segundo a acusação, na noite de 19 para 20 de junho de 2014, Pedro Dias furtou aves no valor total de mais de 5.500 euros, entre as quais patos de rabo alçado (uma espécie protegida), levando-as depois para a sua quinta em Arouca.
A maioria das aves viria a ser apreendida a 6 de novembro do mesmo ano, pela GNR.
Sara Sousa, com quem Pedro Dias tem dois filhos em comum, confirmou que, na noite dos factos, o seu companheiro esteve em casa dos pais e já se deitou tarde, porque estiveram a planear os pormenores de um cruzeiro que a família ia fazer a partir do dia 21.
Apesar de estar em Leiria e de só ter ido para Arouca na tarde de dia 20, Sara Sousa disse que nessa noite, entre as 23:00 e 01:00, falou com Pedro Dias e com outros elementos da família que estavam a preparar a viagem.
Segundo Sara Sousa, Pedro Dias era agricultor, fazia criação de animais e frequentava um curso de aviação.
Questionada sobre quais eram as fontes de rendimento do companheiro, respondeu que “recebia subsídios, fazia o cultivo de terrenos para conseguir palha para os animais” e que os pais também o ajudavam pagando o curso e as despesas da filha mais velha, a quem tinha de pagar uma pensão.
Também Andreia Dias disse que o irmão estava em casa dos pais naquela noite a preparar os detalhes do cruzeiro em família e explicou nque os pais davam auxílio financeiro a Pedro Dias.
“Nessa noite deitámo-nos todos muito tarde”, relatou, acrescentando que se encontrava em Évora, mas em contacto telefónico permanente com o pai e com irmão, que estavam em Arouca.
Pedro Dias não assistiu à segunda sessão do julgamento, que prossegue no dia 11 de abril, com o depoimento, por videoconferência, da última testemunha, devendo depois seguir-se as alegações finais.
Na primeira sessão, Pedro Dias disse que, ao longo dos anos, foi fazendo uma coleção de aves, mas através de trocas e de compras, rejeitando a acusação de furto.
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