Em declarações à Lusa, Hugo Soares, dirigente do sindicato, recordou que os sindicatos têm um pré-aviso de greve em curso, desde 29 de fevereiro e que termina no final deste mês, tendo resolvido hoje efetivar a paralisação.
Lembrando que estamos “a 48 horas das eleições”, ainda que o fornecimento de energia às mesas de voto no domingo esteja assegurado, Hugo Soares disse que o Sindel e outros sindicatos estão “à mesa negocial desde outubro e que a EDP tem estado a barrar” os avanços, “arranjando 1001 desculpas” e “propostas que são completamente divisórias para ultrapassar as reivindicações destes trabalhadores”.
Apontando uma adesão de 80%, o dirigente sindical alertou para o possível impacto em clientes muito grandes, como a Siderurgia Nacional.
“São clientes que se tiverem hoje uma avaria, não estão contemplados nos serviços mínimos”, indicou, salientando que “podem ficar 48 a 72 horas” com perturbações, recordando o trabalho destes profissionais, por exemplo, durante os incêndios de Pedrógão Grande.
Segundo o dirigente sindical, “entraram trabalhadores no ano passado” que já ultrapassaram o nível da base remuneratória” dos mais antigos, visto que a EDP “tem tido dificuldades no recrutamento”.
“Já podia ter sido criada uma forma de subida de carreira mais rápida mesmo para avaliação do desempenho”, referiu, destacando que estes trabalhadores precisam de ser “altamente qualificados”.
Na última reunião entre a EDP e os sindicatos, que decorreu em 29 de fevereiro, as partes não chegaram a consenso.
“Estamos à espera de que nos chamem novamente à mesa negocial e como não marcaram uma reunião, daí a pressão que os trabalhadores estão a fazer, que é para mostrar que esse a empresa precisa mesmo” destes profissionais, disse.
Também a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal) tem estado em protesto com a EDP, tendo sido uma das entidades que lançou o pré-aviso de greve.
Segundo disse à Lusa Joaquim Gervásio, da Fiequimetal, no início desta semana, a EDP “abandonou a mesa das negociações” e “ainda por cima, publicou no dia seguinte uma proposta que não tinha sido apresentada à mesa”.
Segundo o mesmo sindicalista, a proposta foi alterada, mas ainda não para os valores que pretendem, tendo passado para 60 euros mínimos, com uma atualização de 3,5%.
A Lusa contactou a EDP, que não quis comentar esta questão.
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