Depois das paralisações em dezembro, março e junho, os trabalhadores da Super Bock agendaram nova greve, com paragens parciais em todos os turnos, por aumentos salariais, pela valorização do trabalho, pela “projeção da riqueza criada” pelo empregador, e contra “a posição irredutível da administração em não evoluir a sua proposta no sentido de a aproximar à dos trabalhadores, respeitando a lógica negocial que se exige, e os sindicatos empregaram”.

O pré-aviso de greve abrange a prestação de trabalho nos dias 05, 06, 07, 08, 09 e 10 de agosto, dos trabalhadores dos estabelecimentos da Super Bock Bebidas, empresa sediada em Matosinhos, e todos os trabalhadores em laboração contínua, cuja paralisação é entre as 05:00 e as 23:00, e os dos três turnos rotativos entre segunda e sexta-feira.

Numa nota hoje divulgada, intitulada “ausência de acordo para aumento salarial dita greve dos trabalhadores da Super Bock”, a direção do Sintab justifica a greve com a ausência de acordo para aumento salarial e face ao “desrespeito da empresa pela lógica negocial” e pela “não observância de paralelismo com a distribuição de lucros” pelos acionistas.

O Sintab lembra, na mesma nota, que os sindicatos, em novembro, reivindicaram aumentos salariais de 90 euros, o direito a 25 dias de férias e 35 horas de trabalho semanal e que, numa primeira fase, a empresa se escusou a reunir com os sindicatos “na desculpa da pandemia”, o que só veio a acontecer em fevereiro deste ano, quando apresentou uma proposta de aumento zero para este ano.

“Essa postura da empresa levou já a que os trabalhadores tenham estado em greve, durante o mês de junho, e deliberado, em plenário, a necessidade de a empresa apresentar propostas de aumento salarial condizentes com a distribuição de lucros aos acionistas que, em anos de pandemia, atingiram os valores mais altos de sempre”, insiste o sindicato.

A empresa terá apresentado aos sindicatos, em julho, uma proposta de aumento salarial acima da inicial, mas que o Sintab considerou não respeitar “a lógica negocial” por a administração “congelar” a sua posição “aquém dos mínimos aceitáveis” pelos trabalhadores.

“A administração da Super Bock distribuiu, em 2020, o valor recorde de 55 milhões de euros em dividendos, pelos seus dois acionistas (Violas e Carlsberg) e 44 milhões de euros já em 2021”, denuncia o Sintab no comunicado.

A empresa, do setor das bebidas, detém marcas como a Super Bock, Pedras e Somersby.