“Efetivamente, encontra-se ultrapassada a situação ocorrida em 2012 no BCP e que originou a necessidade da subsequente redução transitória das remunerações dos trabalhadores que auferiam mais de mil euros mensais”, defendeu o SNQTB numa nota enviada à Lusa.
Por isso, o SNQTB “dirigiu hoje uma carta ao presidente da Comissão Executiva do Millennium bcp, Dr. Miguel Maya, alertando e relembrando para a necessidade da devolução, ainda no decurso do ano de 2018, das prestações remuneratórias retidas aos trabalhadores entre 2014 e junho 2017″, disse a mesma nota.
“De facto, em 2018 estamos perante a notável recuperação do Millennium bcp, resultado do contributo emergente da lealdade dos clientes, competência da equipa de gestão, paciência e resiliência dos acionistas mas também, e especialmente, da dedicação, entrega e sentido de compromisso dos quadros e técnicos bancários e dos trabalhadores do banco, em geral”, realçou o documento.
Paulo Marcos afirma que “não faz sentido” continuar sem a devolução destes valores que foram cortados nas remunerações dos trabalhadores na altura em que o banco atravessou dificuldades, recordando que em cima da mesa estava um acordo por três anos, entre 2014 e 2017. Nesse acordo, “ficou consignado um compromisso com vista à reposição aos trabalhadores do valor retributivo que seria retido nesse período transitório, uma vez que se encontrasse ultrapassada a situação que a tinha originado”, adianta o SNQTB.
Em cima da mesa estão valores que oscilam entre 30 e 40 milhões de euros.
Entre meados de 2014 e meados 2017, os trabalhadores do BCP com remunerações acima de 1.000 euros brutos mensais tiveram os salários cortados (entre 3% e 11%), no âmbito da reestruturação do banco acordada com Bruxelas que se seguiu à ajuda estatal (de 3.000 milhões de euros) e que implicou também o fecho de balcões e a saída de milhares de trabalhadores num programa de reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo.
O fim dos cortes salariais acabou em julho de 2017, tendo então o banco dito que os cortes, que duraram três anos, permitiram salvar 400 postos de trabalho.
O presidente executivo do BCP disse em julho deste ano que queria devolver estes valores “o mais depressa possível”.
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