Em comunicado, a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom) avança que a concentração — que se segue a uma outra organizada em 31 de julho passado — está marcada para as 11h00, enquanto, no interior das instalações da Apcor, decorrem as negociações salariais com a associação patronal.
Os sindicatos argumentam que a Apcor “teima em manter a sua posição e faz orelhas moucas à reivindicação dos trabalhadores”.
Os trabalhadores da indústria da cortiça reclamam aumentos salariais para todo o setor e o fim da “tortura psicológica” a que dizem estar sujeitos de forma a prescindirem de direitos.
“Corticeiras em luta — Não nos roubem mais”, “Para uns há milhões; Para outros nem sequer há tostões” e “Basta de tortura psicológica — Há que respeitar os trabalhadores” foram algumas das mensagens escritas nas faixas do protesto promovido em julho.
Quando as negociações salariais tiveram início, em abril, o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte reivindicava um aumento mensal de 72 euros no salário e 1,46 euros no subsídio de alimentação. Entretanto, a Apcor — que representa 230 empresas do setor, 80% da produção nacional dessa matéria-prima e 85% das respetivas exportações — contrapropôs um aumento de 21 cêntimos nas refeições e de 36 euros nos salários até dezembro e de 60 euros nos seguintes.
“Não aceitamos isso. O mínimo que estamos disponíveis a aceitar é 60 euros de aumento mensal, que é valor da atualização que houve em janeiro para o salário mínimo nacional, estipulado por decreto”, afirmou o presidente do sindicato, Alírio Amorim, em declarações à agência Lusa durante o protesto de julho.
Contactada pela Lusa, a Apcor disse não comentar negociações em curso.
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