"Acredito que as fugas de informação de James Comey serão mais importantes do que alguém pensou possível. Totalmente ilegal? Muito 'cobarde'", escreveu Trump na sua conta pessoal de Twitter.
A mensagem divulgada esta manhã por Trump retoma as críticas já feitas ao antigo diretor da polícia de investigação federal dos Estados Unidos, e surge depois das declarações feitas no Congresso, na semana passada. Apesar de muitos dos apoiantes republicanos de Trump terem considerado o testemunho credível, o Presidente chamou Comey de "mentiroso" e acusou-o de divulgar informações à imprensa.
Em audição no Senado, James Comey, antigo diretor do FBI, confirmou que esteve por detrás das fugas de informação sobre as suas conversas a sós com Trump, referindo que pediu a um amigo que as passasse à imprensa. Comey disse que achou que essa medida - divulgar o teor das conversas - poderia motivar a nomeação de um procurador especial sobre o caso, algo que veio a acontecer. Para tal, Comey recorreu a um amigo que é professor na Faculdade de Direito da Universidade de Columbia.
Num tweet anterior, Trump havia considerado que as palavras do ex-diretor do FBI no Senado tinha sido uma "total e completa absolvição" da sua conduta no caso da alegada ingerência da Rússia nas eleições presidenciais americanas.
A leitura de Trump, porém, não é consensual.
Na sua audição na câmara alta do Congresso, o ex-diretor do FBI declarou que o Presidente o despediu com o objetivo de interferir na investigação sobre a alegada ingerência da Rússia nas presidenciais de 2016 e respetivas ligações à campanha de Trump.
"No meu entender, fui despedido por causa da investigação sobre a Rússia. Fui despedido para, de alguma forma, alterar - ou o objetivo era o de alterar - a forma como a investigação estava a ser conduzida", disse Comey sob juramento.
Numa declaração escrita enviada ao Congresso, James Comey tinha adiantado que Donald Trump lhe sugeriu que abandonasse a investigação a Michael Flynn, ex-conselheiro envolvido no caso da alegada ingerência russa nas presidenciais. Comey disse depois na audição que o Trump não lhe ordenou, especificamente, que parasse a investigação, mas que entendeu a conversa de Trump como "uma instrução" nesse sentido.
Na audição, Comey deixou poucas dúvidas sobre se acredita ou não nos relatórios de espionagem que confirmam a ingerência da Rússia nas presidenciais de novembro último. "Não deveria haver qualquer dúvida sobre isto. Os russos interferiram. Aconteceu", disse Comey, sem hesitações.
O Presidente Trump tem vindo a sugerir que não acredita que a Rússia tenha algo a ver com o resultado das eleições de novembro, afirmando que todo o tema é uma "artimanha" e classificando a investigação como "uma caça às bruxas".
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