“A Venezuela concordou em receber no seu país todos os estrangeiros ilegais venezuelanos que estavam nos Estados Unidos, incluindo membros de gangues”, escreveu Trump na rede social Truth.
O comentário do Presidente norte-americano foi feito horas depois de em Caracas as autoridades venezuelanas terem libertado seis cidadãos norte-americanos que estavam detidos em cadeias do país, na sequência da deslocação do enviado especial de Donald Trump, Richard Grenell.
“Pomo–nos em marcha e dirigimo–nos a casa com estes seis cidadãos norte–americanos. Acabaram de falar com Donald Trump e não conseguiam parar de lhe agradecer”, anunciou Richard Grenell, na sexta-feira, na rede social X, sem revelar a identidade dos norte-americanos libertados.
O anúncio teve lugar depois de o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ter recebido Grenell no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, a quem propôs uma “agenda zero” com os EUA, para uma nova etapa das relações bilaterais entre ambos os países.
Segundo o responsável para a América Latina no Departamento de Estado norte-americano, Mauricio Claver-Carone, o objetivo da deslocação de Grenell foi conseguir que a Venezuela, que não tem relações diplomáticas com os EUA, aceite voos de deportação de imigrantes sem documentos e garantir a libertação de cidadãos norte-americanos detidos nas prisões venezuelanas.
“Esta missão especial é muito específica. Os EUA e o Presidente Trump esperam que Nicolás Maduro receba de volta todos os criminosos e membros de gangues venezuelanos que foram enviados para os Estados Unidos e que o faça sem condições. Esta é uma questão não negociável”, afirmou.
O segundo ponto relaciona-se com “reféns norte-americanos detidos na Venezuela que devem ser libertados imediatamente”, acrescentou o representante.
O encontro entre Maduro e Grenell tem lugar um dia depois de o Presidente da Venezuela anunciar, através da televisão estatal, que o Governo “está a fazer os possíveis” para que os EUA deportem o ex-presidente do parlamento venezuelano Juan Guaidó, que em 2019 jurou publicamente assumir as funções de presidente interino do país e afastar Maduro do poder.
Washington enfrenta dificuldades na deportação de venezuelanos há vários anos devido à deterioração das relações bilaterais e especialmente após o colapso diplomático de 2019, durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), quando os EUA reconheceram Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
Em novembro, e no seguimento das eleições presidenciais venezuelanas de 28 de julho, fortemente contestadas pela oposição e pela comunidade internacional, os EUA ainda liderados por Joe Biden reconheceram o opositor Edmundo González Urrutia como Presidente eleito da Venezuela.
A informação inicial sobre a reunião com Maduro foi avançada pela estação televisiva norte-americana CNN.
A organização não-governamental Independent Venezuelan American Citizens, com sede em Miami, no sudeste dos Estados Unidos, identificou oito cidadãos norte-americanos presos na Venezuela, a maioria deles desde 2024.
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