Este “documento orientador” permitirá definir “as principais respostas” do setor turístico no litoral alentejano, que “experimenta, neste momento, um desenvolvimento notável, mas que tem alguns desafios, riscos e oportunidades”, disse à agência Lusa José Manuel Santos, presidente da entidade regional.
De acordo com o responsável, o documento irá permitir “reunir com os membros do Governo e com as várias tutelas das Infraestruturas, da Habitação, da Economia [e] da Saúde”.
E poderá vir a ser “útil à Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral”, assim como à candidatura de “alguns projetos no quadro de programação estrutural até 2030”.
“Também poderá [servir para] criar uma lógica de cooperação entre as várias entidades privadas” desta região, acrescentou.
O plano poderá “ajudar os municípios, as entidades privadas e a ERT a criar mais respostas num território que tem uma dinâmica turística muito significativa, mas que tem necessidades ao nível da habitação, da atração e retenção dos recursos humanos e das famílias, da mobilidade, da saúde e atenuação da sazonalidade”, sustentou.
“A nossa previsão é que esse documento estratégico, que irá hierarquizar e definir as principais respostas e necessidades, estará disponível para apresentar [ao Governo] depois do verão”, estimou o responsável, acrescentando que a entidade vai “iniciar um trabalho semelhante para o turismo da zona de Alqueva”.
Segundo José Manuel Santos, o plano estratégico será construído com base nos contributos que a ERT do Alentejo e Ribatejo tem recolhido em sessões de trabalho com agentes, públicos e privados ligados ao setor do turismo na região.
Estas sessões, em formato 'focus group' e temáticas, visam apurar “o estado de desenvolvimento turístico" deste território e “identificar linhas de ação e desafios para agregar esforços” públicos e privados mediante quatro eixos, como as acessibilidades e equipamentos de mobilidade, proteção e sustentabilidade, recursos humanos e promoção.
O responsável explicou que uma das principais preocupações identificadas neste território prende-se com a “melhoria das respostas públicas às necessidades dos recursos humanos” nos empreendimentos turísticos.
“Há um conjunto de grupos hoteleiros que hoje têm as suas próprias respostas privadas para transportar os seus trabalhadores e que têm de realizar diariamente mais de 800 quilómetros entre a chegada e a saída, sendo um esforço de retaguarda muito significativo”, exemplificou.
Além da importância do golfe “enquanto produto complementar”, José Manuel Santos realçou ainda a "promoção deste destino" turístico "nos mercados internacionais" como outros dos desafios que se colocam a este território.
“Temos uma previsão de mais 5.000 unidades de alojamento” turístico, “nos próximos cinco a 10 anos”, que vai “quintuplicar aquilo que é a oferta turística desta zona” e “exigir um planeamento muito significativo a médio prazo”, afirmou.
Apesar de considerar que o litoral alentejano pode vir a transformar-se “num grande destino a nível europeu”, o responsável defendeu que “os processos e a sustentabilidade” do destino “dependem da preservação das condições ambientais e da integridade ambiental do território”.
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