A Bielorrússia deve lutar pela “sua independência” e contra a “ditadura”, defendeu Tikhanovskaya, que se encontra exilada, numa entrevista hoje à agência francesa France-Presse.
Considerada pelo Ocidente a verdadeira vencedora da eleição presidencial de agosto de 2020, a opositora bielorrussa disse estar horrorizada com o referendo que se realiza domingo sobre alterações constitucionais na Bielorrússia, para permitir que o Presidente, Alexander Lukashenko autorize a instalação de armas nucleares russas na antiga república soviética.
A opositora bielorrussa instou os Estados Unidos e a Europa a denunciarem o referendo de 27 de fevereiro.
O Presidente bielorrusso, que reprimiu o movimento popular de protesto contra a sua reeleição em 2020, quer estar “grato” ao Kremlin, que o apoiou em grande parte, diz Tikhanovskaya.
“Lukashenko foi apoiado pelo Kremlin e agora quer mostrar-lhe a sua lealdade (…) dá terra para manobras militares”, acrescentou a ativista de direitos humanos bielorrussa, que estima a força do exército russo no seu país em cerca de 30.000 militares.
Os exercícios militares deviam ter terminado a 20 de fevereiro, mas a Bielorrússia anunciou que continuariam, sem indicar data para terminarem.
A capital ucraniana, Kiev, fica a apenas 150 quilómetros da fronteira com a Bielorrússia.
Alexander Lukashenko venceu as eleições presidenciais de 2020 com 80,23% dos votos, um escrutínio marcado por violência e acusações de fraude, e cujo resultado não é reconhecido pela União Europeia, que considera não ter sido livre nem justo.
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