“O principal risco é perdermos o controlo da situação. A situação é critica porque uma pessoa a atuar por conta própria pode desencadear um conflito de grandes proporções”, disse Paulo Rangel à agência Lusa.
O eurodeputado visita, entre domingo e quarta-feira, a Ucrânia e a Lituânia, no âmbito da atual crise russo-ucraniana.
Paulo Rangel está integrado numa delegação do Partido Popular Europeu (PPE) que inclui o líder deste grupo, Manfred Weber, assim como os eurodeputados González Pons (Espanha), Rasa Juknevičienė (Lituânia), Vangelis Meimarakis (Grécia), Riho Terras (Estónia) e Michael Gahler (Alemanha).
“A minha análise pessoal é que um incidente, de um fanático de um lado ou de outro, seja provocado para criar um pretexto [que] pode precipitar tudo”, acrescentou Paulo Rangel.
À Lusa, o eurodeputado explicou que o primeiro objetivo da visita “é dar apoio às autoridades ucranianas”, razão pela qual estão agendadas reuniões com o primeiro-ministro, com o ministro da Defesa e presidente da câmara de Kiev.
“Vamos mostrar solidariedade com a soberania, a autodeterminação e a integridade territorial da Ucrânia. É um sinal de apoio do Parlamento Europeu e neste caso do PPE”, sintetizou.
Outros dos objetivos “é fazer um apelo para que o esforço diplomático seja levado até ao fim”.
“Não desistamos por mais desencorajadores que os sinais sejam”, frisou.
Paralelamente às reuniões mencionadas, a delegação vai ter uma reunião com embaixadores da União Europeia, e com representantes da comunidade civil para, descreveu o eurodeputado, recolher “informação que não seja apenas das autoridades ucranianas”.
“Os ucranianos já estão a sofrer por antecipação. Já há um grande estrangulamento visível até na dificuldade que é chegar lá através dos voos. Esta situação de pré-guerra e alta tensão internacional e geopolítica já está a ter efeitos muito negativos sobre a economia e a vida dos ucranianos. Vamos mostrar solidariedade, mas também procurar garantir que ninguém vai para posições mais extremadas que possam precipitar o conflito”, descreveu.
Classificando a posição do governo russo como “agressiva e verdadeiramente inaceitável”, Paulo Rangel apontou que “as evidências atuais são muito preocupantes” porque, disse, “ao contrário do que a Rússia anunciou, aquilo que se verifica é um reforço da capacidade militar junto às fronteiras. Isso é muito má notícia”.
Esta deslocação da delegação do PPE à Ucrânia e à Lituânia foi anunciada na sexta-feira, um dia depois do final da reunião dos ministros da Defesa da NATO, em Bruxelas, na qual os aliados sublinharam que, por enquanto, não veem nenhuma evidência da retirada anunciada das unidades militares russas posicionadas perto das fronteiras da Ucrânia.
Na segunda-feira, a delegação do PPE vai falar à imprensa num hotel em Kiev, segundo fontes do partido, citadas pela agência espanhola EFE.
Em Kiev, vão reunir-se com o presidente do parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk, o primeiro-ministro do país, Denys Shmyhal, o ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, e com representantes das formações políticas conservadoras.
Na Lituânia, a delegação visitará o grupo de combate que a NATO tem destacado no país desde 2017, e participará numa conferência de alto nível sobre segurança na região do Báltico para discutir os acontecimentos atuais.
A reunião em questão contará com a presença da primeira-ministra da Lituânia, Ingrida Simonyte, do ministro dos Negócios Estrangeiros lituano, Gabrielus Landsbergis, do primeiro-ministro letão, Krisjanis Karins, do líder do Partido Conservador Finlandês, Petteri Orpo, e de membros dos parlamentos dos países bálticos.
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