De acordo com dados disponibilizados pelo Ministério da Educação, no portal InfoEscolas, é no Porto que se encontram as escolas pública e privada com melhores resultados nos exames do secundário, segundo um ‘ranking’ elaborado pela agência Lusa tendo em conta as médias dos alunos internos das escolas onde se realizaram mais de cem provas.
Melhor escola pela sétima vez nos últimos nove anos, o Colégio do Rosário voltou a destacar-se ao obter a melhor média nacional, com 15,02 valores em 479 exames feitos, enquanto a melhor escola pública dos 521 estabelecimentos analisados, no 28.º lugar, foi o Garcia de Orta, cuja média dos 796 exames foi 12,91 valores.
A diretora do colégio, irmã Teresa Nogueira, negou à Lusa que o sucesso “seja fruto de uma seleção”, preferindo eleger a “cultura de trabalho, rigor, investimento e dedicação”, e afirmando que a “maior parte dos alunos permanece na instituição 15 anos”.
“Temos consciência que deste espaço poderão sair líderes da nossa sociedade”, vincou a diretora de um colégio cuja mensalidade “varia entre os 490 e 520 euros” e que “tem uma lista de espera que dava para formar mais duas turmas em cada ciclo”.
Para a presidente da associação de pais, Luísa Nero, “num colégio com este tipo de resultados há pouca coisa para corrigir”.
“O fundamental está lá e está bem”, afirmou esta responsável, elencando as atividades de voluntariado dos alunos promovidas pelo colégio como promotoras de “alguma bagagem e espírito de sacrifício pelos outros”.
Entre os alunos, Rodrigo Lopes, do 12.º ano, disse ser um “privilégio” poder frequentar o colégio, onde se sente “bastante acolhido” numa “escola fantástica”, que prepara “muito bem os alunos a nível académico, mas também como pessoas” para poderem “enfrentar todos os desafios da vida”.
Luana Esteves, também do 12.º ano, mostrou-se consciente do “quão bom” é ter uma oportunidade que “nem toda a gente tem”.
Aluna de uma escola pública até ao 9.º ano, Luana Esteves elegeu a “motivação intrínseca” para o sucesso, num percurso em que os “professores que se preocupam muito com os alunos e estabelecem uma relação muito amistosa com eles” fazem a diferença.
O presidente da direção da Garcia de Orta, Rui Fonseca reconheceu haver “fatores socioeconómicos comuns” ao colégio, mas frisou o caráter “inclusivo” de uma escola que tem “alunos de vários estratos sociais e de várias zonas da Foz”.
Sempre “com boas classificações nos ‘rankings'” dos últimos anos, o registo de 2017 não “deixou totalmente surpreendido” Rui Fonseca, para quem o sucesso “é um reconhecimento desse trabalho” e algo “importante para continuar o trabalho”.
Antigo aluno de um colégio privado Guilherme Silva, no 12.º ano da escola pública, elogiou o “potencial” do estabelecimento “para ser a melhor pública do país”, argumentando que “não há muita diferença para um colégio”, opinião corroborada por Filipa Ramos, também do 12.º ano, convicta de que na Garcia da Orta vai “conseguir atingir os seus objetivos”.
Para Francisca Nunes, os bons resultados “devem-se ao facto de os professores estarem sempre disponíveis para tirarem dúvidas”, com Guilherme Silva a vincar que o apoio dos “professores e da escola é quase o mesmo” do recebido no colégio, elogiando o facto de a escola estar “num ambiente social um pouco acima da média nacional”.
Presidente da associação de pais, Manuel Miranda elogiou a classificação obtida, lembrou o perfil de “escola inclusiva” e assumiu que a classe média que a constitui “é preponderante”.
Os alunos das escolas secundárias do distrito do Porto conseguiram a melhor média nacional nos exames realizados no ano passado, segundo dados do Ministério da Educação.
Com uma média de 11,24 valores em 39.809 exames, os estudantes do Porto ultrapassaram Viseu e passaram a ocupar o primeiro lugar da tabela elaborada pela Lusa.
Ainda no Porto, mas nos exames do 9.º ano, a maior subida no ‘ranking’ foi do Colégio Encosta Nova, que passou de uma média negativa para uma média positiva, ascendendo 968 lugares, ocupando a posição 159, contra o lugar 1.127 do ano anterior.
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