A informação consta de um relatório sobre o risco de transmissão da SARS-CoV-2 por recuperados ou vacinados contra a covid-19, no qual o ECDC dá conta de um estudo que indica que “a vacinação de um membro do agregado familiar reduz o risco de infeção em membros suscetíveis do agregado familiar em pelo menos 30%”.
Esse estudo destacado pela agência europeia, realizado na Escócia, teve em conta profissionais de saúde e revela também que, como os membros dos agregados familiares destes trabalhadores “poderiam também ter sido infetados por outras vias, a redução do risco de infeção em 30% é provavelmente uma estimativa por baixo e poderia na realidade atingir os 60%”.
“Estas conclusões são consistentes com uma redução substancial do risco de transmissão de indivíduos totalmente vacinados para contactos suscetíveis”, acrescenta o ECDC no relatório.
E numa altura em que a campanha de vacinação na União Europeia (UE) decorre mais lentamente do que o desejado, o centro europeu observa também que “há provas de que a vacinação reduz significativamente a infeção sintomática ou assintomática em indivíduos vacinados, embora a eficácia da vacina varie em função do produto vacinal e do grupo-alvo”.
Além disso, “há também algumas provas de menor carga viral e menor duração da disseminação em indivíduos vacinados, em comparação com indivíduos não vacinados, o que se poderia traduzir numa transmissão reduzida”, acrescenta.
Ainda assim, o ECDC alerta que “muitos dos estudos sobre a eficácia da vacina foram realizados antes do aparecimento das variantes preocupantes” da SARS-CoV-2, nomeadamente a britânica (já dominante nalguns países da UE), da África do Sul e do Brasil, admitindo serem necessárias mais análises.
No que toca à campanha de vacinação europeia, 18,2 milhões adultos dos perto de 400 milhões de cidadãos da UE receberam já a segunda dose da vacina contra a covid-19, levando a que só 4,1% da população europeia esteja completamente imunizada, segundo a informação divulgada pela Comissão Europeia na passada quinta-feira.
Bruxelas atribuiu estes níveis baixos de inoculações aos problemas de entrega das vacinas da AstraZeneca para a UE, exigindo o executivo comunitário que a farmacêutica recupere os atrasos na distribuição e honre o contratualizado.
A meta de Bruxelas é que, até final do verão, 70% da população adulta esteja vacinada.
Os dados divulgados pela instituição na passada quinta-feira revelaram também que foram já administradas 62 milhões de doses de vacinas em relação às 88 milhões distribuídas.
Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE: Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca e Janssen (grupo Johnson & Johnson).
Até ao final deste primeiro trimestre, de acordo com Bruxelas, chegarão à UE quase 100 milhões de doses de vacinas, a grande parte da Pfizer/BioNTech (66 milhões, mais do que os 65 milhões inicialmente acordadas), da AstraZeneca (30 milhões de um total de 120 milhões inicialmente acordadas) e da Moderna (10 milhões).
Para o segundo trimestre, a expectativa do executivo comunitário é que cheguem 360 milhões de doses à UE, principalmente da Pfizer/BioNTech (200 milhões), da AstraZeneca (70 milhões de um total de 180 milhões inicialmente acordadas), da Janssen (55 milhões) e da Moderna (35 milhões).
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