Num comunicado emitido hoje a partir da sua sede, em Adis Abeba (Etiópia), a UA divulgou as conclusões da comissão de alto nível em junho passado para investigar as acusações de assédio contra mulheres, publicadas por vários meios de comunicação social do continente.
“A conclusão da comissão é de que existem incidentes de assédio sexual na Comissão”, referiu o comunicado, precisando que, “segundo testemunhos, mulheres jovens são exploradas a nível sexual em troca de empregos”.
“As provas apresentadas sugerem que esta forma de assédio foi perpetrada por supervisores sobre as funcionárias a seu cargo, em particular mas não exclusivamente, durante missões oficiais fora do posto de trabalho”, referiu a UA.
Segundo o mesmo comité, “a categoria de pessoal mais vulnerável e exposta a esta forma de assédio é pessoal com contratos curtos, jovens voluntários e bolsistas”.
“É importante assinalar que, a partir da evidência apresentada ao comité, tanto superiores masculinos como femininos assediaram e intimidaram subordinados”, referiu.
“Dadas as conclusões anteriores e as graves acusações, a Comissão [da União Africana] resolve reforçar a sua política de ‘tolerância zero’, com o estabelecimento de uma política sexual integral que proteja as vítimas e adote as medidas de castigo mais duras contra o responsável”, acrescentou a mesma nota.
O escândalo foi divulgado em maio passado, depois de 37 funcionárias da Comissão da UA terem subscrito uma carta em que denunciavam assédio sexual e discriminação de género.
A 07 de maio, o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, negou ter recebido qualquer queixa, mas comprometeu-se a “chegar ao fundo deste assunto”.
“Quero deixar claro que não permitirei que se discriminem mulheres sob a minha responsabilidade (…). A paridade entre sexos é parte vital desta administração”, assegurou então.
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