Na página de internet da organização das Nações Unidas para a Infância, será colocado um “repositório de recursos”, cujo objetivo é facultar acesso livre a recursos, protocolos, manuais, guias, diretrizes, dados, recomendações, convenções e outros instrumentos internacionais relacionados com o abuso e a violência sexual contra crianças, anunciou hoje a estrutura em Portugal.
De acordo com a Unicef, uma em cada oito crianças no mundo (12,7%) foi abusada sexualmente antes de completar 18 anos de idade, podendo este número ser “muito superior”.
“Destinada a informar, orientar e auxiliar pais, familiares, profissionais, cuidadores, técnicos ou até comunicação social a atuar e lidar com potenciais ou declaradas situações desta natureza, a página pretende ser um repositório de ferramentas e conhecimento acessível e esclarecedor”, informou a Unicef, em comunicado.
“É fundamental atuar perante este flagelo que todos sabemos que existe nas nossas comunidades e que, devido aos pesados estigmas que acarreta, tem sido colocado em segundo plano”, defendeu a diretora executiva da Unicef em Portugal, Beatriz Imperatori, citada no comunicado.
Entre outras informações disponibilizadas na página, relacionadas com situações de violência e abusos sexuais de crianças em diversos contextos (familiar, escolar, desportivo, entre outros), apresentam-se guias dirigidos aos pais, um curso ‘online’ sobre como lidar e combater este tipo de situações e manuais com linhas orientadoras de ação e conduta para jornalistas e órgãos de comunicação social que cobrem casos de violência sexual contra crianças.
“A violência sexual contra crianças e jovens constitui uma clara e grave violação dos direitos humanos, sendo um complexo problema de saúde pública que comporta consequências significativas para a saúde destes grupos e compromete o seu desenvolvimento e o seu futuro”, sublinhou a estrutura.
A Unicef tem apelado para medidas integradas, por forma a assegurar um apoio imediato às vítimas e a nomeação de um alto responsável político pelos Direitos da Criança, que possa “trabalhar transversalmente com toda a administração pública e com a sociedade civil”.
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