Na sessão de hoje do julgamento, que decorre no Tribunal Central Criminal de Lisboa, um dos arguidos, que prestou declarações pela primeira vez em julgamento, confirmou ter saltado com as pernas fletidas sobre um dos dois jovens agredidos na madrugada do 01 de novembro de 2017.
De acordo com este arguido, o homem possuía um x-ato numa das mãos, que poderia “constituir perigo” para si. O ex-segurança disse que saltou para lhe retirar o objeto das mãos, assegurando que não o queria magoar.
“O meu primeiro e único pensamento foi tirar-lhe aquilo da mão. Naquele momento foi o que eu pensei ser o mais correto [saltar com as pernas fletidas em direção ao peito]. Não queria magoar. Se quisesse agredir, continuava a bater”, referiu o arguido, esclarecendo que “estava ciente que não lhe iria atingir a cabeça”.
O antigo segurança assegurou ainda que a ideia inicial era atingir os braços da vítima, com a intensão de lhe retirar o x-ato, sem colocar as mãos, para não ser atingido.
“A minha pretensão inicial foi única e exclusivamente atingir-lhe os braços. O intuito era retirar um x-ato. O motivo por que saltei com os dois pés foi porque não queria pôr as mãos”, disse, reconhecendo “que não foi a melhor abordagem”.
Na sessão, o arguido garantiu ainda que a vítima tinha as mãos junto ao peito e protegeu a cabeça aquando da agressão, afirmando que o x-ato estava fechado, mas que poderia ser perigoso, caso fosse aberto.
“Não consigo justificar um ato de irreflexão que tive naquela altura”, salientou.
O julgamento prossegue na manhã 28 de maio, no Juiz 6, do Campus de Justiça, em Lisboa, onde o terceiro arguido irá falar pela primeira vez em julgamento e, se houver tempo, iniciar-se-ão as alegações finais.
Caso as alegações finais não fiquem concluídas nesse dia, as mesmas prosseguem na manhã de 11 de junho.
Os arguidos, com 31, 38 e 40 anos, ex-funcionários da empresa que prestava serviço de segurança na discoteca, estão acusados pelo Ministério Público (MP) de tentativa de homicídio de dois homens, agredidos com violência.
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