“Como medida imediata, pedimos um esforço da parte do conselho de administração do CHMT para encontrar uma solução para reverter a intermitência da Urgência Pediátrica CHMT/Torres Novas”, reclamou hoje em Abrantes (Santarém) Manuel José Soares, porta-voz da CUSMT, após um périplo pelas três unidades hospitalares do CHMT.
A urgência pediátrica da Unidade Hospitalar de Torres Novas do CHMT vai encerrar quinzenalmente, aos fins de semana, nos meses de julho, agosto e setembro.
Em comunicado, a instituição justificou o encerramento com o “período de férias” dos profissionais de saúde e a “escassez de pediatras para completar as escalas” no serviço.
“É com alguma perplexidade, e depois de sabermos que a maternidade iria continuar a funcionar todos os dias, numa conquista das populações e dos autarcas, que recebemos uma notícia à qual dissemos logo que não percebíamos e não concordávamos”, disse à Lusa Manuel José Soares, manifestando “muita tristeza” e “alguma apreensão” pela situação.
Segundo o responsável, a Urgência Pediátrica “tem 40 a 50 episódios por dia e as crianças podem ter de ser todas encaminhadas para outros hospitais, o que gera alguma apreensão e algum receio”, devido à distância e à necessidade de acautelar o acompanhamento familiar.
“O CHMT, em comunicado, deu algumas explicações, que aceitamos, e que vamos ver se são cumpridas, a primeira das quais continuar a desenvolver esforços no sentido de reverter a situação, com a contratação de mais um ou dois médicos”, sublinhou.
A Comissão de Utentes da Saúde lembrou ainda os "avanços e recuos do Serviço Nacional de Saúde [SNS] no Médio Tejo", as "promessas não cumpridas", reclamando mais investimento em equipamentos e recursos humanos.
“A criação da Unidade Local de Saúde [ULS] do Médio Tejo tem que proporcionar aos utentes do Médio Tejo uma melhoria significativa no acesso aos cuidados de saúde”, defendeu a CUSMT, considerando que a tutela deve “organizar” os cuidados hospitalares para que “a grande maioria dos doentes possa ser tratada sem ter necessidade de sair da ULS”.
Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas geograficamente entre si por cerca de 30 quilómetros, o CHMT funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 266 mil habitantes de 11 concelhos do Médio Tejo, a par da Golegã, da Lezíria do Tejo, também do distrito de Santarém, Vila de Rei, de Castelo Branco, e ainda dos municípios de Gavião e Ponte de Sor, ambos de Portalegre.
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