Esta vacina, contra a doença invasiva meningocócica B, será dada aos dois, quatro e 12 meses e vai aplicar-se, a partir de outubro de 2020, a todos os nascidos a partir de 01 de janeiro de 2019.
Para os nascidos em 2019 o esquema de vacinação será iniciado ou completado de acordo com a história vacinal individual.
Segundo explicou à agência Lusa a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, as crianças que nasceram a partir de janeiro de 2019 poderão em outubro iniciar o esquema de vacinação e fazer as três doses da vacina caso ainda não tenham levado nenhuma.
Isto porque a vacina já é comercializada e administrada em Portugal atualmente, mas mediante o pagamento das famílias.
Assim, os nascidos durante este ano podem a partir de outubro iniciar ou completar o esquema de vacinação da meningite B de forma gratuita.
A vacina pode ser administrada até aos cinco anos, mas no novo Programa de Vacinação a iniciar em outubro de 2020 a recomendação da toma da vacina da meningite B será aos dois, quatro e 12 meses.
Além desta, o Programa Nacional de Vacinação passa a incluir a vacina contra infeções pelo vírus do papiloma humano (HPV) para todos os rapazes, aos 10 anos, aplicando-se aos nascidos a partir de 01 de janeiro de 2009.
A vacina do HPV passa então, a partir de outubro de 2020, a ser dada não apenas a raparigas, mas também a rapazes. A vacina será administrada em duas doses.
Quanto à vacina contra o rotavírus, que provoca gastroenterites, serão ainda estudados os grupos de risco a quem será administrada de modo gratuito, também a partir do próximo ano.
Em conferência de imprensa, a diretora-geral de Saúde explicou que a inclusão das três vacinas no PNV teve o aval da comissão técnica de vacinação.
Foi aliás com base nesse aval técnico que a vacina do rotavírus não será contemplada de forma universal, para todos, mas apenas para alguns grupos de risco que serão estudados.
Segundo Graça Freitas, na Europa há cerca de 11 países que recomendam a vacina de forma universal, havendo outros que a aplicam apenas a grupos de risco e ainda outros países que não a contemplam nos programas vacinais nem a comparticipam.
O Orçamento do Estado para 2020 contempla 11 milhões de euros para o alargamento do Programa de Vacinação.
Estas vacinas já tinham sido aprovadas pela Assembleia da República em 2018 para constarem do PNV, o que na altura chegou a desencadear críticas por ser o poder político a decidir antes dos técnicos.
Na altura, o bastonário da Ordem dos Médicos considerou um erro que o parlamento tenha aprovado as três novas vacinas no PNV quando a DGS ainda estava a estudar o assunto.
Miguel Guimarães dizia ver “com muita preocupação” o facto de os deputados “estarem a interferir nas boas práticas em saúde”, sobretudo quando existe uma comissão técnica independente, de “pessoas com conhecimento científico específico na área da vacinação”, que estava a estudar se as três vacinas deviam integrar o Programa Nacional de Vacinação.
Hoje, a diretora-geral de Saúde sublinhou que “foi com o aval” da comissão técnica que as vacinas serão introduzidas no PNV.
[Notícia atualizada às 12:38]
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