O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares adianta, em comunicado, que a greve terá efeitos na prestação do serviço de refeições nos hospitais, escolas, centros de formação, fábricas industriais e outras instituições e empresas.
Em declarações à agência Lusa, António Baião, dirigente sindical da região centro, adiantou que a greve se prende “com o boicote que existe neste momento por parte da Eurest”, a associação patronal das empresas concessionárias Gertal, Itau, Uniself, Ica, para melhorar as condições de vida destes trabalhadores.
Estas empresas, que “estão na mesa de negociações, não querem melhorar as condições de vida dos trabalhadores, com salários” congelados há sete anos, sobretudo nalgumas categorias, como é o caso das cozinheiras, disse o sindicalista.
Por outro lado, a grande maioria dos mais de 50.000 trabalhadores ao serviço destas empresas recebe o salário mínimo nacional, adiantou António Baião, acusando ainda estas empresas de quererem “desregulamentar completamente o contrato coletivo de trabalho”.
A acusação prende-se com o facto de estas empresas colocarem os funcionários trabalhar 12 horas diárias, quererem retirar o subsídio de trabalho noturno das 20:00 às 24:00 e reduzir o pagamento em dia feriado, explicou o dirigente do sindicato afeto à CGTP.
“Pese embora as empresas andarem a dizer nos locais de trabalho que vão dar aumentos salariais com efeitos a 1 de janeiro de 2017, o sindicato decidiu manter” a greve, refere o sindicato em comunicado.
Confrontado com o anúncio da greve, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, disse à Lusa recear que “muitas escolas” encerrem nesse dia.
“Atualmente nas escolas públicas portuguesas”, em todos os ciclos, “grande parte das cantinas são concessionadas a empresas privadas”, adiantou Filinto Lima.
Assim sendo, se a greve se confirmar, “as escolas ficarão sem o serviço de alimentação das cantinas, que são o local essencial dos alunos, onde almoçam”, e muitas terão que fechar.
Os trabalhadores em greve vão concentrar-se junto aos escritórios do grupo Trivalor, na Maia, no Porto, e em Lisboa, junto à Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
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