A situação, que afeta o setor A do recinto, o mais próximo do "altar-palco" da JMJ, foi relatada por vários grupos à agência Lusa e confirmada pela organização, que disse "estar a ajustar o problema na alocação de peregrinos".
"Estamos a acompanhar com a segurança para garantir que todos têm o seu espaço. É o setor que sofre maior pressão por ser o mais próximo do altar", disse fonte da organização da JMJ.
Um grupo de cerca de 80 pessoas de uma paróquia do Porto, que chegou ao recinto pouco depois das 17:00 encontrou lotado o setor A4, que lhe estava destinado, contou à Lusa o frei José Manuel Silva.
O grupo foi encaminhado para o setor A8, "mas também estava cheio" e aí foi-lhe dito para "ir vendo por setores" onde poderia caber, explicou.
"Todos os setores A estão cheios", segundo José Manuel Silva, que disse que pediram ao grupo para ir para as zonas B e C, do outro lado do rio Trancão, já no concelho de Loures, e mais afastadas do palco principal JMJ, onde os jovens “não vão ver a vigília, nem o Papa, nem nada".
Este grupo do Porto pagou a inscrição, sublinhou José Manuel Silva, que considerou haver uma "grande falta de responsabilidade por parte de quem calculou o espaço e da organização".
O frei lamentou que no setor A onde deveria instalar-se com o seu grupo haja pessoas com credenciais com outras letras ou que tenham ocupado mais espaço do que deveriam, por terem trazido para o Parque Tejo "cadeiras, tendas e ‘barbecues’".
Um grupo de voluntárias do setor A17 confirmou por volta das 18:30 que não havia "espaço para toda a gente" e que estavam a reencaminhar os peregrinos para outras áreas.
"As pessoas ocupam mais espaço do que o previsto, estendem uma toalha que dá para sete e só lá estão três", disse uma delas à Lusa.
Contudo, para estas voluntárias, "é tudo uma questão de jeitinho e as pessoas acabam por caber".
No setor A21, um grupo de 140 peregrinos de Palencia, em Espanha, sentados em cima das mochilas num dos corredores que separa as áreas no Parque Tejo, foi informado de que não tinha espaço para ali se instalar.
"A organização está um desastre de cima a baixo. Se repararem, estão todos misturados", disse uma das peregrinas de Palencia, Esther, referindo-se às pessoas que estavam dentro do setor A21, mas com credenciais com indicação de instalação noutro local.
Centenas de milhares de pessoas estão no Parque Tejo para a vigília da JMJ, presidida pelo Papa Francisco, com início previsto para as 20:45.
A JMJ, considerado o maior evento da Igreja Católica, termina no domingo, com uma missa no mesmo local.
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