“A suspensão (da emissão) de meios de comunicação durante transmissões ao vivo, ataques a trabalhadores da imprensa, limitações no livre acesso à Internet, atos de intimidação de parte dos organismos de segurança do Estado e um discurso insultuoso contra os jornalistas violaram o direito à liberdade de expressão no país (Venezuela) em abril 2019″, apontou o IPYS, no último relatório sobre a liberdade de expressão.
Os ataques à liberdade de expressão continuaram durante a cobertura jornalística de atos políticos de interesse nacional e de manifestações sociais, na terça-feira, 30 de abril, quando militares da Guarda Nacional Bolivariana expressaram apoiar o presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, em Altamira, no leste de Caracas.
Segundo o IPYS Venezuela registaram-se, no último dia do mês de abril, 22 casos de violação à liberdade de expressão. No entanto, durante o último mês o número de casos denunciados foi de 48. Mesmo assim abril foi o mês com menos casos registados este ano.
Entre janeiro e abril, foram registados 244 casos de violação da liberdade de expressão, na rádio, imprensa, televisão e plataformas digitais.
As violações ocorreram principalmente nos estados venezuelanos de Apure, Anzoátegui, Lara, Falcón, Táchira, Zúlia e na Área Metropolitana de Caracas.
A 30 de Abril, “a Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) censurou quatro órgãos de comunicação social” por informações sobre os oficiais da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) que manifestaram apoio a Juan Guaidó, entre os censurados encontra-se a estação Rádio Caracas Rádio (RCR), pioneira da radiodifusão na Venezuela, que viu ser suspendida a autorização para estar no ar.
A estação CNN Internacional foi censurada “depois de transmitir imagens de um tanque da GNB que atropelou diretamente vários manifestantes na autoestrada Francisco Fajardo” e a emissão da BBC Mundo foi também suspensa.
Já a rádio Stereo 102.7 (no Estado de Monágas) foi encerrada e os funcionários dos serviços secretos detiveram o locutor, José Muñoz, por divulgar informações sobre a “operação liberdade” promovida por Juan Guaidó.
Segundo o IPYS, as estações emissoras afetas ao regime apenas divulgaram declarações de membros do Governo que acusaram os militares rebeldes, Juan Guaidó e o líder opositor Leopoldo López de “terroristas”.
Mesmo entre as televisões privadas prevaleceu a visão governamental e manifestações em apoio a Nicolás Maduro.
O IPYS dá conta de que ocorreram vários bloqueios da Internet.
Por outro lado, explica que “a falta recorrente de serviço elétrico estável provocou a paralisação parcial ou total das comunicações na Venezuela, principalmente no interior do país. Esta causa implica que os meios de comunicação e os jornalistas independentes fossem impedidos de realizar o seu trabalho em condições adequadas para o livre fluxo de informações na imprensa tradicional e digital”.
Segundo o IPYS, as rádios foram o setor da imprensa mais afetados pelos apagões elétricos, durante os meses de março e abril.
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