“O medo dos outros partidos não é nem a instrumentalização, nem a manipulação, isso foi mais com eles uns 40 anos depois, desde o 25 de Abril. O medo deles é que na quinta-feira eles vão ver que muitos dos que andaram a dizer que estão com eles os estavam a enganar, porque na verdade na hora H votaram contra. Portanto, estamos muito tranquilos com isso”, afirmou.
André Ventura falava aos jornalistas tendo como pano de fundo o antigo Hospital Militar de Belém, em Lisboa.
Questionado se se estava a referir ao PSD, respondeu: “Do PSD e de outros, talvez o CDS, talvez a Iniciativa Liberal, não sei o que é que o PS fará honestamente, vamos ter que ver, mas mesmo partidos à esquerda que dizem defender os polícias, vamos ver como é que votam na próxima quinta-feira”.
No domingo, o presidente do Chega apelou a todos os polícias e forças de segurança para que "se mobilizem e compareçam no parlamento" na quinta-feira, data em que o seu partido levará a plenário vários projetos-lei, incluindo um que aplica o regime de atribuição do suplemento de missão de que já usufrui a Polícia Judiciária à Guarda Nacional Republicana, à Polícia de Segurança Pública e ao Corpo da Guarda Prisional.
Na segunda-feira, o líder parlamentar do PSD equiparou a extrema-direita à extrema-esquerda, dizendo que "quem costuma instigar trabalhadores a manifestarem-se" e "usar a rua como força de pressão" são PCP e BE.
André Ventura Disse achar “um pouco impressionante” que partidos que “não resolveram, mas deviam ter resolvido, os problemas dos setores profissionais, de todos eles”, agora se mostrem “muito incomodados porque o Chega quer fazer essa resolução e mais, quer que eles participem no debate democrático que ocorre no parlamento”.
“Os outros que estão habituados a fazer política fechados dentro de portas e que não querem responder a ninguém ficam muito incomodados com isto. A rua nunca me incomodou, o contacto com as pessoas também não, e o cara a cara também não. Eu acho que a política deve ser feita assim”, defendeu.
O presidente do Chega defendeu que “compete a qualquer partido ser a voz de resolução dos problemas do país” e “resolver problemas que o Governo tinha prometido resolver e não resolveu”, dizendo notar “com alguma ironia que o Governo já se apressou a chamar os polícias e os guardas prisionais para uma reunião”.
André Ventura apelou também aos partidos que viabilizem as propostas que leva a debate na quinta-feira: “A proposta foi negociada com todos, é uma boa proposta, é a resolução de um problema que o antigo governo deixou e, portanto, eu não compreendo sinceramente que o PSD, a Iniciativa Liberal, o CDS, não possam estar ao lado desta proposta, porque ela resolve um problema, ela é politicamente neutra, não é partidária, é uma proposta que visa resolver os problemas de homens e mulheres que neste momento se sentem injustiçados”, sustentou.
Sobre as críticas de algumas organizações representativas das forças de segurança, o líder do Chega contrapôs, dizendo que ouviu “vários dirigentes sindicais a dizer que não só concordam com o projeto que vai ser apresentado, como não impedirão ninguém de participar, nem darão nenhuma indicação interna para que não haja participação”, e que “alguns já disseram que vão estar presentes nas galerias do parlamento”.
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