“Augusto Santos Silva não tem nenhuma condição de continuar a ser presidente da Assembleia [da República], quando deixa de ser o árbitro imparcial entre os partidos e se torna o porta-voz do Partido Socialista, e se vangloria disso. Ele estava a vangloriar-se da conduta que tinha tido, com a anuência mais ou menos tácita do Presidente da República e do primeiro-ministro”, disse André Ventura.

Em causa estão declarações de Augusto Santos Silva num vídeo que foi divulgado na quarta-feira pelo jornal digital Observador em que diz que “aquilo que a Iniciativa Liberal decidiu fazer [na sessão com Lula da Silva] não é nada” porque “há sempre quem faça pior“.

Segundo André Ventura, não foi Augusto Santos Silva, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa que foram vítimas pelo facto de uma conversa privada ter sido divulgada, mas sim o seu partido e a Iniciativa Liberal.

"Se [Augusto Santos Silva] puser a mão na consciência, perceberá que já não tem nenhumas condições para continuar no exercício do seu cargo e que isto só vai aumentar a conflitualidade dentro do parlamento. Enquanto Santos Silva se mantiver, o nível de conflito dentro do parlamento não vai diminuir, vai aumentar”, frisou.

O Grupo Parlamentar do Chega tem colado na sua porta um papel com uma imagem de Santos Silva com uma cruz vermelha por cima no qual se lê “Não ao abuso de poder”.

Na quarta-feira, o presidente da Assembleia da República excluiu o Chega das delegações nas suas visitas a parlamentos estrangeiros, após o incidente na sessão de boas-vindas a Lula da Silva, na qual os deputados empunharam cartazes com as inscrições “Chega de corrupção”, “Lugar de ladrão é na prisão” e outros com as cores das bandeiras ucranianas.