“A circulação na Avenida da índia está totalmente restabelecida, a circulação ferroviária também está totalmente restabelecida. Como assumimos ontem [quarta-feira], iremos fazer uma intervenção célere”, disse o vereador da Proteção Civil da Câmara de Lisboa, em declarações aos jornalistas pouco depois das 13h00, junto ao viaduto de Alcântara.
De acordo com Carlos Manuel Castro, “foi necessário fazer […] uma intervenção inicial que se prendeu com a colocação de estruturas junto dos pilares para que os elementos técnicos pudessem operar durante a noite”, de forma a provocar menos perturbações.
“A intervenção foi feita e a situação está reposta”, sublinhou o autarca, acrescentando que, durante esta tarde haverá “uma avaliação final na parte superior do tabuleiro”.
Depois dessa análise, “e estando reunidas todas as condições de segurança”, será reaberta a circulação “na parte de acesso à Rua de Cascais e a Alcântara-Mar”, acrescentou Carlos Manuel Castro, sem especificar horas.
A circulação de trânsito na Avenida da Índia - artéria localizada por debaixo do viaduto – foi interrompida às 08h00 de quarta-feira.
Hoje, pelas 07h30, o trânsito junto ao viaduto de Alcântara continuava congestionado no sentido Cascais-Lisboa devido aos trabalhos da Câmara, disse fonte da divisão de trânsito da PSP.
A essa hora, segundo a fonte, ainda estavam a decorrer no local trabalhos no viaduto, apesar de na quarta-feira a autarquia ter informado que estes iriam decorrer entre as 02:00 e as 06:00.
“Isso esteve condicionado até por volta das 11h00 [de hoje]. Depois, foi necessário voltar a desmontar a estrutura. Foi desmontada e a partir dessa hora começou a funcionar normalmente o fluxo de trânsito nesta zona”, precisou Carlos Manuel Castro.
Na quarta-feira, no nó junto ao viaduto, apenas estiveram abertas ao trânsito duas faixas (uma em cada sentido) na Avenida da Índia, em vez das quatro existentes.
Questionado sobre as causas do incidente, o responsável reiterou a informação dada na quarta-feira pelo vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, de que “há fortes probabilidades de um embate de uma viatura pesada” no pilar, embora não haja certezas.
Já quanto às críticas da oposição no executivo municipal (PSD, PCP e CDS-PP), que culpou a maioria socialista por problemas no viaduto, relacionando-o com a falta de investimento na manutenção, Carlos Manuel Castro assegurou que “a Câmara tem feito monitorizações”.
“A última foi feita no passado dia 13 de fevereiro e não apresentava nenhum problema”, sublinhou.
Face ao incidente, “tivemos de procurar, de imediato, dar essa resposta”, acrescentou, realçando a “forma rápida” como a autarquia atuou.
O viaduto de Alcântara liga a Avenida de Ceuta às Docas, passando por cima das avenidas da Índia e Brasília. Esta estrutura, que nasceu como uma solução provisória no início da década de 1070, foi reabilitada em 2005, quando Pedro Santana Lopes (PSD) era presidente da Câmara Municipal.
Os trabalhos, orçados em 1,5 milhões de euros, incluíram a colocação de piso antiderrapante, o reforço das estruturas com chapas metálicas e a beneficiação geral da infraestrutura.
A intervenção foi realizada na sequência de um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) segundo o qual o viaduto “não oferecia segurança para a circulação rodoviária de pesados”.
“A segurança fica bem garantida. O viaduto fica em condições de ficar aqui mais 30 anos, mas eu espero que isso não aconteça”, disse então Pedro Santana Lopes, recordando que o estudo urbanístico Alcântara XXI, realizado pela Câmara de Lisboa e pelo Governo, previa a construção de uma rotunda e de um túnel rodoviário entre as avenidas de Ceuta e Brasília.
O projeto nunca avançou.
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