"Apresentei ao chanceler Sebastian Kurz a demissão das minhas funções de vice-chanceler e ele aceitou", disse Heinz-Christian Strache numa conferência de imprensa, assumindo que cometeu "um erro" que não quer que sirva de "pretexto para minar a coligação".
Heinz-Christian Strache, líder do partido de extrema-direita FPÖ, formou Governo com o chanceler conservador Sebastian Kurz em dezembro de 2017.
Strache foi gravado a prometer a uma suposta sobrinha de um milionário russo a adjudicação de contratos públicos em troca de apoio financeiro, noticiou a imprensa.
Segundo informações divulgadas na sexta-feira por dois jornais alemães, o vice-chanceler demissionário foi filmado, por uma câmara oculta, a conversar com uma mulher, alguns meses antes das eleições legislativas austríacas de 2017, sobre a possibilidade de um apoio financeiro e mediático ao FPÖ em troca da adjudicação de contratos públicos.
Os títulos alemães Süddeutsche Zeitung e Der Spiegel referiram que Heinz-Christian Strache se encontrou com esta mulher por acreditar que esta teria ligações a um oligarca russo influente.
A poucos dias das eleições europeias, que se realizam a 26 de maio, este escândalo está a abalar a extrema-direita austríaca e a coligação governamental liderada por Sebastian Kurz, líder do Partido Popular Austríaco (ÖVP, conservador).
O Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) é provavelmente o mais antigo partido de extrema-direita nacionalista da União Europeia, fundado em 1956 por um antigo oficial das SS e declaradamente nacionalista, conservador e eurocético.
De acordo com as mais recentes projeções para as eleições europeias, o FPÖ registava 23,5% das intenções de voto, o que poderá representar a eleição de cinco eurodeputados.
A Áustria elege 18 dos 751 deputados do Parlamento Europeu.
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