Castro deverá manter-se como deputada no parlamento, mas recusa desempenhar uma função “que não corresponde à prática”, escreve o Expresso. “Não vou estar num título de fachada", disse.
A deputada diz que aceitou o cargo com base no pressuposto de "trabalho em conjunto, o que não se verificou”. A vice-presidente demissionária da bancada parlamentar da IL queixa-se ainda de não ter sido informada da integração de Cotrim Figueiredo na comitiva que viajou com Augusto Santos Silva a Kiev e fala sobre a visita do youtuber Tiago Paiva que foi convidado pelo seu partido à Assembleia da República também sem o seu conhecimento.
De acordo com o Expresso, Carla Castro e alguns membros da IL não se reveem na estratégia de Rui Rocha, apontando para o “divisionismo” criado pela direção e lamentam a saída recente de dois conselheiros e onze membros do partido. O que consideram uma perda preocupante para o partido.
Em 100 dias de liderança, Rui Rocha tem assistido a algumas "baixas" no seu partido. Em abril, 13 membros assinaram um comunicado de desfiliação por não acreditarem na linha seguida pelo partido, acusando a Iniciativa Liberal (IL) de estar "próximo da esquerda".
Castro e Rocha estiveram na corrida à liderança do partido, quando João Cotrim Figueiredo anunciou a retirada do cargo. Em 22 de janeiro, na primeira vez na sua história em que teve mais do que uma lista à liderança, o novo presidente dos liberais, Rui Rocha, conseguiu 51,7% votos dos membros inscritos, enquanto a lista de Carla Castro teve 44% dos votos, e a de José Cardoso 4,3%.
Garantindo que não ia ser oposição, e apesar de ter colocado o cargo à disposição - quando perdeu a eleição interna-, Carla Castro permaneceu como "vice" do grupo parlamentar. Rodrigo Saraiva é o presidente.
O SAPO24 contactou a IL que se limitou apenas a confirmar a saída da vice-presidente do grupo parlamentar, remetendo a prestação de esclarecimentos para mais tarde.
Entretanto, na rede social Twitter, Carla Castro publicou a seguinte nota:
“Venho por este meio dar uma breve nota da minha resignação de Vice-Presidente de Bancada Parlamentar. Aceitei a continuidade do mandato após a Convenção, até pela unidade que defendia e defendo”, escreveu, sublinhando a importância de o partido se manter "unido".
*com Lusa
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