Sanz, que participou hoje num almoço de Natal dos militantes do Partido Popular (PP, no poder em Madrid), defendeu, em declarações aos jornalistas, que o artigo 155.º – que suspende a autonomia regional — estará em vigor na Catalunha até que seja formado um novo executivo autonómico.
“E se não funcionar de acordo com a lei, já sabe o que acontece: volta a aplicar-se a lei”, avisou.
Sanz considerou que os catalães devem expressar-se nas urnas e depois os partidos políticos devem falar, caso se confirmem as sondagens, para dar estabilidade ao futuro governo.
“Os partidos têm que assumir a responsabilidade e saber o que significa a estabilidade e o que é o melhor para a Catalunha, dentro do quadro constitucional”, assinalou.
Sanz assegurou que Madrid está preparada “para tudo”.
“Para que as coisas funcionem bem e se as coisas funcionarem mal, aplicaremos o tratamento adequado”, sustentou.
O responsável do Senado defendeu o trabalho do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, e do seu Governo para que o país saia da crise económica.
“Custaram-nos muito várias medidas que tomámos, muitos votos. Mas sabíamos que a única maneira de salvar Espanha e os espanhóis era tomar medidas duras num determinado momento”, disse.
As eleições regionais de 21 de dezembro foram convocadas pelo chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, em 27 de outubro passado, no mesmo dia em que decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional presidido por Carles Puigdemont.
Várias sondagens publicadas esta sexta-feira indicam que os partidos constitucionalistas estão à frente nas intenções de voto, mas os independentistas ganham em número de lugares, sem nenhum dos blocos ter maioria absoluta.
O Cidadãos (constitucionalista, direita liberal) aparece nos estudos de opinião como o partido mais votado (23-25%) seguido de perto pela Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, independentista, esquerda moderada, 20-23%) que poderia eleger mais deputados, porque a lei eleitoral dá mais peso a províncias dominadas pelos independentistas.
Os partidos separatistas ganharam as últimas eleições regionais, em 2015, com 72 deputados num total de 135 no parlamento regional, o que lhes permitiu formar um Governo que organizou um referendo de autodeterminação em 01 de outubro último, que foi considerado ilegal pelo Estado espanhol.
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