O autarca Luís Fernandes afirmou à Lusa que chegou ao conhecimento do município e das organizações envolvidas nesta problemática que “nalgumas aldeias, sobretudo na zona de Lomba, que são as mais afetadas, apareceram lá uns indivíduos a vender uns frasquinhos que deviam ser mosquitos ou qualquer outra coisa, mas que não era realmente o inseticida para combater a doença”.
A região de Trás-os-Montes é a maior produtora de castanha de Portugal e o concelho de Vinhais é uma das zonas onde estão a ser feitas este ano, pela primeira vez, largadas de parasitóides (insetos) para combaterem a praga que está a invadir os soutos e a ameaçar um dos produtos agrícolas mais rentáveis.
As autarquias têm feito ações de sensibilização e o ponto da situação junto de produtores e das populações e nas mais recentes realizadas em Vinhais começou a ser feito o alerta para as burlas que começam a surgir em torno do problema.
“Alertamos nesse sentido porque já há pessoas a aproveitarem-se dessa situação, infelizmente”, indicou o autarca.
A vespa das galhas dos castanheiros destrói os ramos das árvores, pondo em risco a manutenção das mesmas e afetando a quantidade da produção de castanha.
A praga “tem vindo a aumentar”, como disse Luís Fernandes, e consequentemente a área de soutos infetada pela vespa.
“O que se está a fazer é, em conjunto com o Politécnico de Bragança e outras instituições de caráter científico, várias largadas de parasitóides, que são aquelas que eles entendem que são as necessárias para este ano”, concretizou.
Este método de tratamento terá de ser repetido nos próximos anos, numa parceria entre autarquias, organizações de produtores e instituições científicas, com a situação a ser assumida “preocupante”.
“O que estamos a tentar fazer é minimizar os estragos”, vincou o autarca.
O tratamento com o parasitóide ainda está a ser experimentado, pelo que ainda não são conhecidos resultados.
O setor espera que na próxima campanha da castanha “a quebra de produção ainda não será muito significativa”, mas antevê que “nos próximos três, quatro anos, haja uma quebra acentuada”.
No concelho de Vinhais, foram realizadas, durante o mês de maio, 52 largadas nas freguesias com maior número de focos das vespas.
As largadas são feitas num tempo próprio, nesta época do ano, em locais específicos e por profissionais habilitados para o efeito, segundo as entidades envolvidas.
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