“A eleição não teve lugar hoje em Dacar por razões adversas da situação sociopolítica menos favoráveis que se vivem e por razões preventivas e de segurança à integridade das operações eleitorais”, afirmou o juiz de Direito Idrissa Djaló.
O Senegal tem vivido momentos de tensão desde que o líder da oposição Ousmane Sonko foi condenado a dois anos de prisão, na passada quinta-feira.
Os confrontos registados em Dacar e em Zinguinchor, no sul do país, na região de Casamansa, junto à fronteira com a Guiné-Bissau, já provocaram 15 mortos.
Segundo o secretário executivo da CNE, a plenária decidiu adiar a “votação para uma data oportuna”, que terá de ser marcada no máximo nos próximos sete dias.
Idrissa Djaló falava aos jornalistas perto das 14:00 locais (15:00 em Lisboa), naquele que foi o primeiro balanço que a Comissão Nacional de Eleições fez à imprensa desde a abertura das urnas às 07:00 locais.
Em relação à votação na Guiné-Bissau, o secretário executivo disse estar a “decorrer num clima de normalidade sem sobressaltos ou incidentes de maior amplitude”.
“Aproveitamos a ocasião para lançar um vibrante apelo em particular aos presidentes das mesas das assembleias de voto no sentido de controlarem cuidadosamente os cadernos eleitorais e outros materiais eleitorais de forma a permitir o eleitor exercer com perfeição e sem constrangimento, o seu direito e dever de voto”, afirmou.
Questionado sobre algumas anomalias denunciadas por partidos políticos relativamente ao facto de haver pessoas a serem impedidas de votar por não terem o nome nos cadernos eleitorais, Idrissa Djaló confirmou que se verificaram algumas anomalias e que foram mandados imprimir novos cadernos para os locais em causa.
Idrissa Djaló pediu paciência aos eleitores afetados, salientando que a situação está a ser resolvida.
O secretário executivo adjunto aconselhou também a que não seja permitido a “utilização de telemóveis e outros instrumentos digitais nas cabines de voto para não comprometer o efeito útil do secretismo”.
Cerca de 900 mil guineenses escolhem hoje os 102 deputados do parlamento e o partido que irá formar Governo, nas sétimas legislativas desde a abertura ao multipartidarismo, em 1994.
Concorrem a estas eleições 20 partido e duas coligações.
As urnas encerram às 17:00 (18:00 em Lisboa) e estão no país cerca de 200 observadores internacionais, nomeadamente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da União Africana (UA) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
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