
As declarações de Zelensky ocorrem depois de o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, terem anunciado que vão elaborar um plano com Kiev que inclui garantias de segurança específicas para a Ucrânia.
O plano vai ser depois comunicado ao chefe de Estado norte-americano, Donald Trump.
“Estamos todos unidos num ponto principal: a paz real exige garantias de segurança reais. E esta é a posição de toda a Europa, de todo o continente. O Reino Unido, a União Europeia, a Noruega e a Turquia”, disse Zelensky num discurso à nação transmitido hoje pelos meios de comunicação ucranianos.
Trata-se do primeiro discurso após a cimeira em Londres, no domingo, em que participaram os principais líderes europeus.
Zelensky afirmou que os contactos com os parceiros europeus vão continuar nos próximos dias para que sejam estabelecidas posições comuns que vão ser depois apresentadas aos Estados Unidos.
“Uma paz sólida e duradoura e um acordo correto para acabar com a guerra são a nossa prioridade comum”, declarou o Presidente ucraniano.
Com esta iniciativa conjunta, Kiev e os parceiros europeus esperam que os Estados Unidos acedam à exigência de Zelensky de delinear, antes do início das negociações formais, um mecanismo que obrigue a Rússia a cumprir qualquer acordo de paz que venha a ser assinado.
A insistência de Zelensky nesta questão – que Trump defende que seja abordada numa fase posterior das negociações – foi um dos motivos que desencadeou o confronto verbal entre os dois líderes em Washington na sexta-feira passada.
Zelensky abandonou o encontro com o Presidente norte-americano na Casa Branca sem assinar o acordo económico que os Estados Unidos tinham proposto.
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noel Barrot, afirmou hoje que “a linha da frente está constantemente a aproximar-se”.
“Nunca o risco de guerra no continente europeu, na União Europeia, foi tão elevado, porque há quase 15 anos que a ameaça está cada vez mais próxima de nós, a linha da frente está cada vez mais próxima de nós”, disse Barrot à rádio France Inter.
Referindo-se aos contactos que decorreram em Londres durante o fim de semana, o chefe da diplomacia francesa disse que os países europeus estão conscientes da situação.
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