“Nuno Espírito Santo é muito melhor treinador do que foi como jogador”, referiu José Mourinho em conferência de imprensa antes da partida, referindo ainda que NES não recebe elogios suficientes pelo trabalho que tem desenvolvido nos Lobos. Nuno fez parte da equipa do FC Porto que venceu a Taça UEFA e a Liga dos Campeões em anos consecutivos, treinada, claro, por José Mourinho.
Mas estes elogios não são por acaso, da mesma forma que não terá sido por acaso que o Arsenal alegadamente contactou o Wolverhampton para saber da disponibilidade do clube para libertar Nuno Espírito Santo (“NES”). Chegado ao Molineux em 2017, NES levou os Wolves ao título do Championship (segundo escalão do futebol inglês) e, na sua temporada seguinte, apurou o clube das West Midlands para a Liga Europa, alcançando o 7.º lugar na Premier League.
Nesta temporada, depois de um início titubeante, os Wolves voltaram à forma da temporada passada e encontram-se na luta pelos lugares europeus, juntando a isso a qualificação para os 16-avos de final da Liga Europa (ficaram em 2.º lugar no grupo que também qualificou o SC Braga para a próxima fase). De facto, desde a derrota com o Chelsea no passado mês de setembro, a equipa de NES não mais conheceu o sabor da derrota, numa série de jogos que levou os Lobos até ao atual 7.º lugar da Premier League, cinco pontos atrás do Chelsea (4.º) e com menos um jogo que os londrinos.
Não seria um jogo fácil para o Tottenham, mas também não o seria para os Wolves, visto que desde que Mourinho chegou aos Spurs, a equipa somou três vitórias na Premier League (série interrompida pela derrota em Old Trafford) e encontra-se apenas um ponto atrás dos Lobos.
Contudo, o jogo não poderia ter começado melhor para o Tottenham: logo aos seis minutos, o brasileiro Lucas Moura recuperou uma bola e arrancou em slalom pela defesa dos Wolves até disparar um míssil, já dentro da área e descaído para a direita, que Rui Patrício não foi capaz de segurar.
O titular da baliza da Seleção Nacional é, de resto, é um dos oito portugueses que integram o plantel da equipa comandada por NES, superando em número os ingleses (sete). Rúben Neves, João Moutinho e Diogo Jota foram os outros portugueses titulares nesta tarde, sendo que foi precisamente dos pés de Jota que teve início a mais perigosa jogada dos Wolves na primeira parte. O jovem avançado assistiu Raul Jiménez e o mexicano ex-Benfica disparou ao lado da baliza dos Spurs.
Apesar da primeira parte ter terminado com vantagem para o Tottenham (que enviou ainda uma bola ao poste, por Eric Dier, aos 36 minutos), a verdade é que os Wolves pareceram quase sempre melhores que os Spurs nesta tarde. Mais posse de bola, mais remates, mais iniciativa de jogo, por assim dizer. Por tudo isto, não foi com estranheza que o conjunto de NES chegou ao empate, também através de um míssil: Adama Traoré, assistido por Jiménez, empatou o jogo "à bomba" e repôs alguma justiça no marcador, igualando o resultado do único jogo que colocou Mourinho e NES frente-a-frente (1-1 na visita dos Wolves a Old Trafford na temporada passada).
Até final, o Wolves foi carregando, obrigou Gazzaniga a fazer uma grande defesa e, em cima dos 90 minutos e na sequência de um canto, Vertonghen subiu à área contrária e apontou, de cabeça, aquele que seria o golo da vitória dos Spurs.
Com este resultado, o Tottenham sobe ao 5.º lugar, a três pontos do Chelsea, ao passo que os Wolves descem para o 8.º posto e sofrem a primeira derrota desde setembro.
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