“Apesar de as ‘fintech’ serem uma das principais fontes de disrupção para as instituições financeiras instaladas, o grau de preparação do setor é ainda manifestamente insuficiente, o que recomenda um enfoque reforçado sobre o tema”, disse hoje Elisa Ferreira, na abertura do Fórum Banca.
Para a vice-governadora, as ‘fintech’ [empresas tecnológicas de serviços financeiros] trazem uma “inevitável mudança na forma como os serviços financeiros serão disponibilizados e no modo de interação com os clientes”, pelo que é importante que os bancos ajustem os seus modelos de negócio de modo a “reverterem em seu benefício a inovação tecnológica em curso”.
Segundo a responsável pelo banco central, “a melhor forma de um participante no mercado antecipar e assumir desafios e impactos colocados pelos avanços tecnológicos é colocar-se no centro da inovação tecnológica”.
Quanto à supervisão, disse que a alteração dos modelos de negócio que já está a acontecer no sistema financeiro é já “uma das prioridades dos supervisores”, quer europeus quer nacionais, tendo como princípio o lema “mesma atividade, mesmo risco, mesmas regras”.
Também o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) falou hoje da digitalização da banca, considerando que os bancos “não subestimam as mudanças e são mesmo participantes ativos” e parceiros de novas ‘fintech’, e vincou que a indústria financeira foi sempre das mais ativas nas mudanças tecnológicas.
“Os bancos são ‘fintech’, devemos é distinguir entre incumbentes e novos ‘players’, a competição pode ser saudável e deve ser incentivada”, afirmou Faria de Oliveira.
Para o presidente da associação que agrega os principais bancos que operam em Portugal, o importante é “salvaguardar que as mesmas regras se apliquem a todos”, concordando com a afirmação de Elisa Ferreira de que o mesmo enquadramento regulatório tem de ser aplicado a todos os operadores.
“Nos últimos anos os bancos partiram muita pedra durante a recuperação e agora estão a esculpir um novo modelo”, disse.
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