“Há 10 anos o clube esteve para falir”. Quem o disse foi Domingo Soares de Oliveira, administrador da Benfica SAD durante o painel “Challenging the super clubs”, na Web Summit. “Tivemos que, numa primeira fase, defender o clube e apostar na parte financeira”, continuou. “Aplicando os princípios da Gestão ao futebol, com a base estabilizada, só depois pudemos virar a agulha “para os resultados em campo”, assegurou.
Para o administrador da SAD o sucesso dentro do relvado só é possível com o sucesso fora de campo. “Procuramos ter um equilíbrio entre contas e resultados desportivos”, garantiu Domingos Soares de Oliveira.
Mas o futebol não se faz só com boas contas. É também necessário haver matéria-prima. Portugal “é um país pequeno que desenvolve grandes talentos”, destaca. Nuno Gomes, no entanto, alerta que é difícil reter esse “talento contra o dinheiro dos grandes europeus”. Uma opinião partilhada por Rui Costa, administrador do Benfica. “Os clubes portugueses não conseguem segurar os melhores jogadores”.
O Caixa Futebol Campus, academia do Benfica, desempenhou um papel importante na deteção dos melhores jogadores e no crescimento do clube. “Há 15 anos todos queriam ser como o Rui Costa, agora querem ser como o Renato Sanches, que é um bom exemplo da forma como trabalhamos”, salientou Nuno Gomes.
Falando sobre a exportação do modelo de Academia para a China ou sobre as escolas de futebol que se desenvolvem em Portugal, o ex-internacional português relembrou um dado curioso. “O Gonçalo Guedes e o Bernardo Silva começaram por pagar para jogar no Benfica.”
A Microsoft e o namoro com os fãs
A tecnologia entrou em campo. E é parte importante na receita para conseguir ombrear com os clubes com maior peso financeiro. “A tecnologia ajuda os jogadores a serem preparados para a competição e ajuda os treinadores a preparar melhor os jogadores”, sublinha Rui Costa, que considera o simulador 360s implantado no Caixa Futebol Campus “como a melhor ferramenta para o futebol”.
O administrador da SAD, Domingos Soares de Oliveira, faz um balanço positivo do Benfica LAB e elogia a componente de Sports Science que ali se desenvolve. “São 10 anos de data de equipas e de jogadores”, por um lado, e “data para ser analisado por médicos e fisiologistas”, por outro.
“A Microsoft escolheu o Benfica para parceiro e podemos dizer que a batalha tecnológica está ganha”, garantiu Soares de Oliveira. E a parceria com o gigante americano estende-se à relação com os fãs e adeptos. “Conseguimos detetar os níveis de fãs que o Benfica tem, e assim aplicar estratégias direcionadas” tendo em vista a obtenção de mais receita, reforça Soares de Oliveira.
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