Busby Babes
Na passada segunda-feira, 6 de fevereiro, marcou-se uma data trágica. Passaram 59 anos desde o acidente em Munique que tirou a vida a vinte e três pessoas, incluindo oito jogadores do Manchester United, adeptos da equipa e jornalistas que viajavam com o coletivo.
Após jogo para a Taça dos Campeões Europeus em Belgrado, o avião em que a equipa viajava fazia escala em Munique para abastecer. Ao preparar-se para a regressar a Manchester, depois de duas tentativas de descolagem falhadas, o piloto decidiu fazer uma terceira tentativa. Nessa altura já a neve era muita e a acumulação de lama no final da pista de descolagem viria a ser a causa principal para o acidente a envolver os Busby Babes - alcunha pela qual era conhecida a equipa, sendo Matt Busby considerado um dos melhores treinadores de futebol de todos os tempos.
Em tributo às vítimas e respetivas famílias o United recebeu dia 6, como faz anualmente, todos os que quiseram prestar a sua homenagem. A tragédia é habitualmente lembrada com leitura de poemas e canções de homenagem às vítimas. Este ano as celebrações prolongar-se-ão até sábado onde, horas antes do embate entre Manchester United e Watford, os adeptos têm a oportunidade de fazer a sua homenagem às vítimas à volta do estádio. Os jogadores, como habitualmente por esta altura, irão jogar com uma braçadeira preta e as famílias das vítimas estão convidadas a assistir às cerimónias e ao respetivo jogo.
Moção de ‘não confiança’
A relação entre o Parlamento Inglês e Federação Inglesa já teve melhores dias. Esta semana, após proposta de um membro do Parlamento, foi votada uma moção de ‘não confiança’ na Federação Inglesa. Sem consequências imediatas, esta moção vem, para já, colocar pressão na Federação para que esta modernize os seus órgãos de gestão. Caso isso não aconteça, o Parlamento já prometeu cortar o apoio estatal de trinta milhões de libras dado à Federação de quatro em quatro anos e também qualquer apoio em futuras candidaturas da Federação a Campeonatos do Mundo, Campeonatos da Europa e finais da Liga dos Campeões.
O objetivo do Parlamento é que a Federação, como instituição inglesa que é, se modernize, e que renove os seus órgãos de gestão. Hoje, apenas 8 dos 122 membros são mulheres e apenas 4 pertencem a minorias étnicas. Considerado por muitos que por lá passaram, ‘um clube de velhos brancos’, ex-membros desses mesmos órgãos de gestão dizem ser impossível mudar, uma vez que quem lá está, lá quer continuar.
Ao que parece alguns dos mais altos responsáveis pela Federação já expressaram a sua indiferença, não se importando minimamente com o corte de financiamento por parte do estado e dizendo que é uma pena que os deputados não tenham mais nada para fazer. Na verdade, os lucros da Federação são imensamente superiores a qualquer apoio do estado e o mais provável para o desfeito desta controvérsia é mesmo o corte de relações entre Estado e Federação.
‘Luta’ pelo primeiro lugar
Com o Chelsea a somar pontos e sem intenções de abrandar, a Premier League começa a ficar entregue. Ou não estará? Segundo declarações de Arsène Wenger durante esta semana, ao canal de televisão do próprio clube, o Arsenal é ainda candidato ao título e pode apanhar os Blues de Londres na classificação. Com 14 jogos para jogar, Wenger leva 12 pontos de atraso para Conte e ainda assim recusa-se a dizer que está fora da corrida. Por muito que invejemos a crença do Francês, já são poucos os que acreditam que o Chelsea não vencerá a liga e também serão poucos os que acreditam que Wenger acredita nas suas próprias palavras. Ainda assim, se o treinador francês acredita que pode mudar a ordem na tabela, cá estaremos para ver o que acontece.
Com os Spurs a 9 pontos do primeiro lugar e a visitar o Liverpool este fim de semana, este poderá ser mesmo o ponto final na história do primeiro lugar da liga. Definitivamente a não perder o embate que na primeira volta deu empate a uma bola e amanhã poderá decidir a luta pelo primeiro lugar.
Luta pela manutenção
Como a Premier League é a liga de futebol mais emotiva do mundo, voltemos a tabela de pernas para o ar e vejamos o que se passa com os últimos classificados. Apenas numa outra ocasião, na história da Premier League, houve tantos possíveis candidatos a descer de divisão por esta altura do campeonato. Em 2009 eram apenas 2 os pontos que separavam os últimos 7 classificados do campeonato à vigésima quarta jornada. Hoje, também separados por apenas 2 pontos, são 6 os clubes que lutam para não descer.
O grande destaque terá que ir para o campeão em título Leicester City, que após surpreender o mundo do futebol na época passada poderá fazer, também esta época, história. Neste caso pela negativa, já que poderá ser o segundo clube na história da Premier League a ser relegado para a segunda divisão um ano após ser campeão. O primeiro foi o Manchester City que, na época de 1937/38, acabou em vigésimo primeiro lugar sendo dessa forma relegado para a então denominada ‘Second Division’, após ter sido campeão um ano antes.
Ainda nos lugares de despromoção está Marco Silva que tem feito um trabalho irrepreensível e como disse há umas semanas a esta parte este era um calendário que poderia favorecer o treinador de 39 anos. Com 4 pontos ‘roubados’ a Manchester United e a Liverpool, segue-se o Arsenal de Wenger. Sem pressão e com uma missão quase impossível, a serenidade que o treinador trouxe à equipa tem sido elogiada por todos os órgãos de comunicação social ingleses.
Assim sendo, voltemos as atenções para os embates dos clubes a lutar pela manutenção. A abrir a jornada, pelas 12h30 de sábado, temos o Hull City a visitar o Arsenal. O Boro (alcunha do Middlesbrough) que tem feito um campeonato muito positivo, vê na recepção ao Everton uma importante batalha para fugir aos lugares de despromoção (sábado, 15h00). O Crystal Palace viaja até Stoke e o Sunderland recebe o Southampton de Cédric Soares, também sábado, pelas 15h00. Por fim, um embate que poderá mudar muita coisa no final da tabela, com o Swansea a receber o campeão Leicester, ambos com 21 pontos, a não perder este domingo, dia 12, pelas 16h.
Pedro Carreira é um jovem treinador de futebol que escolheu a terra de sua majestade, Sir. Bobby Robson, para desenvolver as suas qualidades como treinador. Tendo feito toda a sua formação em Inglaterra e tendo passado por clubes como o MK Dons e o Luton Town, o seu sonho é um dia poder vir a treinar na melhor liga do mundo, a Premier League. Até lá, pode sempre acompanhar as suas crónicas, todas as sextas, aqui, no SAPO 24.
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