A revelação foi feita hoje em entrevista à Antena 1 pelo presidente executivo daquela empresa, Alexandre Fonseca, que explicou que da mesma forma que, para quem compra canais ‘premium’ de desporto, com o intuito de ver jogos em direto "não faz sentido pagar por um conteúdo que não existe", o mesmo se aplica aos clubes.
A Altice, que patrocina vários emblemas e é uma das detentoras dos direitos de transmissão televisiva dos campeonatos, considera que "não havendo conteúdo desportivo nesses canais, não faz sentido serem realizados os pagamentos correspondentes por um serviço que não está a ser disponibilizado".
Alexandre Fonseca lembra ainda que a empresa de telecomunicações regularizou os pagamentos de março, embora o futebol tenha sido suspenso, devido à pandemia de covid-19, a meio do mês.
"Os pagamentos foram regularizados até ao momento em que houve esse bem. O bem são os jogos de futebol, a presença de público nos estádios, a transmissão desses conteúdos desportivos", acrescenta.
A Altice voltará "a realizar os pagamentos logo que esses conteúdos sejam novamente disponibilizados", revelando disponibilidade para "negociar qualquer situação que faça sentido" em torno da transmissão em sinal aberto dos jogos, no momento em que forem retomadas as competições.
"Nada nos indica à data de hoje que esse será um cenário a ser aplicado em Portugal. Estaremos disponíveis", assegura.
O presidente executivo rejeitou ainda discutir a questão da centralização dos direitos televisivos, já que "existem contratos estabelecidos" que estão "na sua normal execução", ainda que não feche "a porta a conversar com ninguém", podendo procurar soluções "que sejam consensuais e boas para todas as partes".
Em 02 de abril, a Altice Portugal reforçou que tinha à data todos os pagamentos regularizados, numa resposta à Lusa sobre uma possível suspensão dos pagamentos, lamentando ainda que não tenha sido "ouvida ou notificada" no processo de suspensão dos campeonatos.
"A Altice Portugal não pode deixar de lamentar que durante todo o processo de decisão de suspensão de jogos das Ligas de futebol, nunca ter sido ouvida e muito menos notificada, ou seja, nunca fomos lembrados ou envolvidos em todo o processo, apesar de sermos agora reconhecidamente uma parte importante deste ecossistema", explicou a empresa.
A mesma resposta observou ainda que o "adiamento de valores" em muitos dos clubes patrocinados leva a considerar "que houve já lugar a pagamentos referentes a jogos não realizados", se for feita a relação entre a execução dos contratos e o decorrer do calendário.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 205 mil mortos e infetou cerca de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em Portugal, morreram 928 pessoas das 24.027 confirmadas como infetadas, e há 1.357 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
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