Viseenses escolheram as transmissões ao ar livre para ver o Portugal-Espanha
O Rossio, o Parque Aquilino Ribeiro, a `fanzone´ no terraço do Palácio do Gelo, esplanadas, cafés, por todo o lado havia gente de olhos postos nos ecrãs, mais ou menos gigantes, que transmitiam a estreia de Portugal no Mundial de futebol de 2018.
Na primeira explosão de alegria, no golo de Cristiano Ronaldo aos quatro minutos, os festejos misturaram-se com as buzinas dos carros, numa altura em que muitos viseenses ainda estavam na estrada a caminho de casa, no final de mais um dia de trabalho.
"Já marcaram?", perguntava um casal de namorados, que, em passo apressado, procurava chegar ao relvado do Parque Aquilino Ribeiro, onde o Município de Viseu disponibilizou a transmissão em ecrã gigante.
A Espanha chegava depois ao empate e o ânimo esmoreceu um pouco, mas Cristiano Ronaldo bisava mesmo sobre o final dos primeiros 45 minutos e ninguém conseguiu ficar sentado.
Adeptos espanhóis, nem vê-los, e entre os viseenses a confiança de que, no final, a vitória seria de Portugal.
Mas João Lopes, reformado, alertava: "A Espanha é perigosa e joga muito à bola!".
"Mas nós temos o Ronaldo", argumentava o Tiago, o neto de nove anos, e a verdade é que seria o melhor jogador do Mundo a devolver o sorriso aos viseenses, quando, aos 88 minutos, de livre direto, empatou o jogo para Portugal, numa altura em que a Espanha já havia dado a volta ao resultado.
Após o final, foi a debandada, que por Viseu já passara a hora de jantar.
"Foi uma barrigada de golos, mas não aconchegam o estômago", dizia sorridente Pedro Ferreira, um estudante do ensino superior, garantindo: "No jogo com Marrocos [20 junho, 13:00] já venho almoçado".
Três vezes Ronaldo a 300 metros da casa do 'craque' no Funchal
Centenas de madeirenses juntaram-se hoje, em Santo António, a cerca de 300 metros da casa onde viveu Cristiano Ronaldo.
Foram três as explosões de alegria e de muitas emoções, que os madeirenses tiveram a ocasião de festejar, aquando dos golos do avançado luso em Sochi, na Rússia, marcados aos 04, 44 e 88 minutos, frente ao ecrã gigante colocado na denominada ‘Arena Nico's JM’, colocada na freguesia funchalense, onde CR7 viveu toda sua juventude.
O tento mais festejado foi o terceiro, que conferiu o empate, quando Portugal se encontrava em desvantagem, na partida frente aos espanhóis.
A concentração do jogador, antes do remate certeiro do futebolista madeirense, coincidiu com o silêncio sepulcral que se fez sentir no local, seguido de uma enorme explosão de alegria quando a bola entrou na baliza de David De Gea.
"Sempre a acreditei que ele iria fazer golo naquele livre", disse Gonçalo Mendes à agência Lusa, em grande euforia no final da partida. "Aquela concentração do Ronaldo disse-me muito e, mesmo antes de ter rematado, sabia que a bola iria entrar", afiançou o jovem adepto.
Carla Pestana foi outra das adeptas que não escondeu a sua emoção e sublinhou que "Ronaldo mostrou hoje o porquê de ser considerado o melhor jogador do mundo”.
“Fez os três golos e ainda ajudou a equipa a defender, no período de maior assédio dos espanhóis", afirmou, convencida de que o avançado do Real Madrid vai fazer "um grande campeonato do mundo".
Já Luís Freitas disse à Lusa que acredita que CR7 "será considerado o melhor jogador do Mundial". Segundo este adepto, "Portugal poderia ter ganho o jogo, não fora o árbitro ter ignorado a falta sobre Pepe, no primeiro golo espanhol, apontado por Diego Costa".
Além disso, disse acreditar que a seleção nacional "tem tudo para se sagra campeã mundial".
Braga aplaude Portugal e Cristiano Ronaldo
Braga festejou com uma vigorosa salva de palmas o empate a três golos. O livre direto cobrado aos 87 minutos pelo jogador dos espanhóis do Real Madrid, num momento em que o desânimo era generalizado, levantou em êxtase as muitas dezenas de pessoas que se juntaram num dos principais cafés da cidade minhota.
"Espanha foi mais equipa, mas o talento de Portugal veio ao de cima", resumiu Alexandre Fernandes.
Cláudia Gonçalves, natural de Barcelos, mas a viver e a trabalhar em Braga, até tem antepassados no país vizinho, mas torce "obviamente" por Portugal.
"A minha bisavó era espanhola e veio para o Alentejo no início do século passado", conta à agência Lusa.
Com cinco televisões para cerca de 200 pessoas, o Chave D'Ouro estava a abarrotar e António Veloso, o dono, não tinha mãos a medir com os muitos pedidos de cerveja, pregos e hambúrgueres.
Um grupo de amigos fazia apostas ao intervalo, mas só Pedro Alpoim acertou, um 3-3 audaz, mas certeiro, que lhe valeu mais uma cerveja.
"Já podia acabar o jogo, ficava todo satisfeito", dizia Pedro no final da primeira parte, com Portugal a ganhar por 2-1.
Adeptos de Évora vão do "oito ao oitenta" com empate perto do fim
“Fico satisfeito com o resultado, dadas as circunstâncias do jogo, porque estávamos a perder a cinco minutos do fim”, confessou à agência Lusa Filipe Gonçalves, que assistiu, na 'Fan Zone' instalada na Arena de Évora, à estreia de Portugal no Mundial2018.
Durante a partida, os adeptos, trajados a rigor, com camisolas, cachecóis e chapéus com as cores lusas, vibraram com os ataques da seleção portuguesa e aplaudiram quando os espanhóis eram impedidos de se aproximarem da baliza de Rui Patrício.
A euforia “tomou conta” do espaço quando Cristiano Ronaldo marcou o primeiro golo no início da partida e o entusiasmo voltou com o segundo golo luso perto do intervalo, mas os ânimos “arrefeceram” com os dois golos espanhóis na segunda parte.
Quando a 'equipa das quinas' estava em desvantagem, era percetível a desilusão entre os espetadores, que só foi interrompida com a entrada de Quaresma, mas o sentimento passou para o outro extremo com o golo que valeu o empate a Portugal.
Filipe Gonçalves considerou que o empate “dá margem” à seleção portuguesa para os próximos jogos e realçou que a equipa portuguesa “tem obrigação de chegar, pelo menos, aos quartos-de-final” da competição.
Também Patrícia Freixa, outras das espetadoras, afirmou à Lusa que o empate “é saboroso”, sustentando que a Espanha é o adversário “mais forte do grupo” e uma das equipas “favoritas” a conquistar o troféu.
“Temos o Ronaldo e sem o Ronaldo nada disto era possível”, vincou, considerando que o jogador do Real Madrid foi determinante para a seleção portuguesa conseguir empatar frente à Espanha.
Patrícia disse acreditar que Portugal tem condições para repetir o feito do Euro2016, em França, e conquistar o Mundial2018, notando que a equipa portuguesa “não tem os melhores jogadores, mas tem a melhor equipa”.
Mais de 2.000 adeptos em Portimão viveram montanha russa de emoções
Do golo inaugural de Cristiano Ronaldo à reviravolta espanhola, os fãs da 'equipa das quinas' que se deslocaram ao Futebol Park Alameda, em Portimão, acabaram por desfrutar o seu melhor momento a dois minutos do final, quando o capitão português selou a igualdade a três bolas.
"Foi sofrer até ao último minuto, mas o nosso destino é mesmo este. Foi o primeiro jogo, faltam limar umas arestas. Ficava mais satisfeito com uma vitória, porque contra os espanhóis temos de ganhar sempre", disse Carlos Martins à agência Lusa, logo após o apito final.
Outra adepta, com a irmã mais nova ao colo, confessava o seu "nervosinho" ao longo da partida frente aos espanhóis, na estreia lusa no Mundial2018, que se disputa na Rússia.
"Queríamos ganhar hoje, mas o empate já foi bom", atirou, manifestando-se "confiante" de que Portugal vai ganhar a competição.
O Futebol Park Alameda, situado na Praça da República, o primeiro espaço do género montado em Portimão para grandes eventos de futebol, já estava animado antes da partida inaugural e, às dezenas de pessoas que assistiram ao Irão-Marrocos (1-0), foram-se juntando milhares à medida que os minutos iam passando antes do apito inicial.
Os adeptos portugueses manifestavam-se confiantes, fazendo fé nos créditos adquiridos pela equipa de Fernando Santos há dois anos e na qualidade do "melhor jogador do mundo", como muitos caraterizaram Cristiano Ronaldo.
"O melhor resultado para nós era o empate", vaticinava uma jovem à reportagem da agência Lusa, vestida a rigor, antes do apito inicial e, logo ao lado, a presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, era apenas mais uma fã a empunhar o seu cachecol, antecipando uma vitória, "nem que seja por 1-0".
Também dois adeptos estrangeiros, um australiano e um sul-africano, clamavam o seu apoio a Portugal, elogiando "as pessoas simpáticas, a comida boa e barata" e a "grande paixão" que os jogadores põem em campo.
"A Portuguesa" pôs os fãs lusos a cantar em uníssono, antes do carrossel de emoções que os 90 minutos frente à Espanha impuseram logo a partir do quarto minuto, quando Cristiano abriu a contagem.
Porto não faltou à festa
Ângelo Coelho, madeirense emigrado na África do Sul e equipado com a camisola de Portugal, rotulou a exibição do seu conterrâneo de "fantástica" e, quando questionado se Cristiano Ronaldo ainda continuava a surpreender, respondeu, orgulhoso, à Lusa: "é o melhor do mundo".
De copo de cerveja na mão e rodeado por outros eufóricos com a exibição da seleção, afirmou ainda que "Portugal vai ganhar o título" de campeão do mundo, sublinhando ser esta "palavra de madeirense". "Vamos ganhar, simples", concluiu.
Ally, uma inglesa de Manchester, adepta do City, festejou a vitória de Portugal com a bandeira nacional às costas, afirmando ter "adorado a possibilidade de assistir ao jogo naquele ambiente".
"Sou adepta do City, não ‘conheço’ o Cristiano Ronaldo [representou o clube rival em Manchester, o United], mas ele hoje foi maravilhoso", acrescentou a adepta inglesa antes de ser ‘engolida’ pela multidão entusiasta.
Encostada ao muro da antiga Cadeia da Relação do Porto, de sorriso largo e envergando uma camisola com as cores e o emblema de Portugal, Anila Freitas, brasileira há três semanas no país, garantiu à Lusa ter "vibrado" com o jogo, comparando a emoção portuguesa com a que se recorda do Brasil para garantir que "lá é melhor".
A seu lado, Maria José Pereira colocou as mãos no peito quando questionada como viveu os três golos portugueses: "foram muitos nervos, fiquei muito ansiosa, mas nós somos bons", rematou.
Do outro lado da praça, com a camisola ‘canarinha’ vestida e com a bandeira portuguesa pelas costas, Júlio assumiu-se "português" enquanto viver cá, depois de ter chegado ao Porto há quatro meses.
Viver a ‘copa’ fora do Brasil é "diferente", assumiu o estudante brasileiro, que disse sentir "uma vibração diferente" e depois dos três golos de Cristiano Ronaldo, apesar do Brasil "estar bem à frente tecnicamente", ter um goleador como o capitão da seleção nacional "será sempre um perigo para o Brasil" na luta pelo título mundial.
E se a festa chegou ao intervalo com a multidão a entoar a canção que os jogadores portugueses celebrizaram após a conquista do Euro2016, o final do jogo aconteceu com (quase) todos a gritarem o nome do herói da noite, depois de uma partida em que Cristiano Ronaldo os fez festejar a abrir e a fechar o jogo.
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