Última atualização às 15:37.


Numa nota oficial publicada esta manhã, a direção do Atlético de Madrid confirma ter comunicado "formalmente à Superliga e aos restantes clubes fundadores a sua decisão de não formalizar definitivamente a sua adesão ao projecto".

Como justificação para a saída, a direção do clube madrileno explica que a sua decisão em aderir ao projeto fez-se em resposta "a circunstâncias que já não existem hoje" e que "a harmonia é essencial entre todos os grupos que compõem a família rojiblanca", especialmente "os adeptos".

Sensivelmente ao mesmo tempo saiu um comunicado do Inter de Milão com a mesma conclusão. "O clube já não faz parte do projeto da Superliga", lê-se no mesmo.

"Estamos empenhados em proporcionar aos adeptos a melhor experiência futebolística; inovação e inclusão fazem parte do nosso ADN desde a nossa fundação. O nosso compromisso com todas as partes interessadas para melhorar a indústria do futebol nunca mudará", refere a direção, dizendo acreditar que "o futebol, como qualquer setor de atividade, deve ter interesse em melhorar constantemente as suas competições, de forma a continuar a entusiasmar adeptos de todas as idades em todo o mundo, num quadro de sustentabilidade financeira".

O último clube a anunciar de forma oficial o abandono foi o AC Milan — por estar "sensível às preocupações" do adeptos defende modelo sustentável.

“As vozes e preocupações dos adeptos em todo o mundo em relação ao projeto da Superliga têm sido fortes e claras e o nosso clube deve permanecer sensível e atento à opinião de quem ama este desporto maravilhoso”, lê-se no comunicado do AC Milan.

A formação de Milão, em que atuam os portugueses Rafael Leão e Diogo Dalot, explicou que entrou no projeto com a “intenção genuína de criar a melhor competição europeia de clubes” e lembrou que a “estrutura do futebol evoluiu e mudou aos longos dos anos”.

“Mudar não é fácil, mas a evolução é necessária para podemos progredir”, frisou o clube.

O emblema italiano termina o comunicado garantido que vai continuar a “trabalhar ativamente para definir um modelo sustentável para o mundo do futebol”.

Já a Juventus sai porque projeto não pode (ou tem condições) para avançar, de acordo com a The Athletic.

"Neste contexto, embora a Juventus se mantenha convencida da solidez do projeto desportivo, comercial e das suas premissas legais, acredita que no presente são limitadas as hipóteses de o projeto ser concluído de acordo com a conceção original", referiu a ‘Juve’.

No comunicado, sem nunca expressar que desistiu do projeto, o clube, no qual joga o internacional português Cristiano Ronaldo, começou por dizer que está consciente das intenções expressas por certas equipas.

"O emitente [Juventus] está ciente desses pedidos e intenções, expressos por alguns clubes para saírem deste projeto, embora os procedimentos necessários previstos no acordo não estejam concluídos", indicou.

Terramoto começou em Inglaterra

Esta decisão é divulgada menos de um dia depois de Liverpool, Manchester United, Manchester City, Arsenal, Tottenham e, mais tarde, Chelsea terem abandonado o projeto da Superliga, cuja criação tinha sido anunciada no domingo.

Depois destas saídas, a comunicação social internacional adiantou que Atlético de Madrid, AC Milan e Inter de Milão também se preparavam para oficializar a saída em breve.

Assim, dos 12 clubes que, no domingo, anunciaram a criação da Superliga, apenas se mantêm AC Milan, FC Barcelona, Juventus e Real Madrid.

 O Atlético de Madrid e o Inter, no entanto, constituíam-se até agora como parte dos clubes empenhados em continuar, tendo, inclusivamente, assinado um comunicado enviado ontem por parte dos clubes resistentes que indicava a vontade de manter a competição com remodelações.

"Apesar da anunciada partida dos clubes ingleses, forçados a tal decisão devido à pressão exercida sobre eles, estamos convencidos de que a nossa proposta está completamente alinhada com as leis e regulamentos europeus, como foi demonstrado pela recente decisão judicial de proteger os direitos da Superliga", pode ler-se no comunicado distribuído, após uma reunião telemática dos clubes que se mantêm.

Aquela estrutura acrescenta: "Dadas as correntes circunstâncias, vamos reconsiderar os passos a dar para remodelar o projeto, tendo sempre em conta que os nossos principais objetivos são oferecer aos adeptos a melhor experiência possível, além de garantir os mecanismos de solidariedade para toda a comunidade do futebol."

No domingo, 18 de abril, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham anunciaram a criação da Superliga europeia, à revelia de UEFA, federações nacionais e vários outros clubes.

A competição deveria ser disputada por 20 clubes, 15 dos quais fundadores – apesar de só terem sido revelados 12 – e outros cinco, qualificados anualmente.

Entretanto, a UEFA anunciou que iria excluir todos os clubes que integrem a Superliga, assegurando contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.

Algumas horas depois, também com grande contestação dos adeptos e intervenção crítica do primeiro-ministro Boris Johnson, os seis clubes ingleses anunciaram a saída do projeto.