“Tenho tentado criar condições para voltar, mas, este ano, não se conseguiu concretizar. Estou convencida que para o ano há essa possibilidade. A África Race, em janeiro, é a maior prova, mas está provado que não vou conseguir. Depois há outra em abril e é para essa que me estou a preparar”, avançou, à margem da iniciativa Desportistas no Palácio de Belém, promovida pela Presidência da República.
Depois de ter sido submetida a uma cirurgia ao ombro e “ter ficado parada para recuperar”, Elisabete Jacinto assegurou ao Presidente da República, que havia perguntado sobre o seu “próximo sonho”, que “continua a trabalhar e a organizar as coisas para voltar bem”, faltando “só concretizar a parte do financiamento, que está quase garantida”.
Embora tenha como “sonho voltar ao Dakar com um camião”, graças a “uma mais-valia e um conhecimento que pouca gente tem”, a piloto portuguesa recorreu às primeiras experiências na mítica corrida em África de moto, em 1998, 1999, 2000 e 2001, que “correram mal”, para passar uma mensagem motivacional e didática aos mais de 70 alunos oriundos da Escola Secundária D. Maria II, de Vila Nova da Barquinha, Colégio Nossa Senhora da Conceição, de Guimarães, e Escola Básica e Secundária da Ponta do Sol, na Madeira, que marcaram presença no Palácio de Belém.
“Somos muito mais fortes do que aquilo que pensamos”, defendeu, aludindo às muitas quedas sofridas no Rali Dakar, aos mais diversos percalços, avarias mecânicas, elétricas, desilusões e acidentes, como o sucedido em 2001, quando o seu “carro de assistência pisou uma mina na fronteira entre Marrocos e a Mauritânia e foram todos evacuados para o hospital.”
“Foi muito duro, mexeu muito comigo, parti-me toda, mas acabei a prova e realizei o meu sonho de terminar o Dakar de moto”, recordou, defendendo ainda que “todos os sonhos se realizam, desde que se queira muito e os objetivos sejam muito fortes.”
A fórmula para o sucesso, revelou aos jovens estudantes, passa por “começar a sonhar grandioso, de forma ambiciosa, e depois transformar esse sonho num objetivo”, que é a orientação para a vida.
“Além disso é preciso acreditar, só assim alcançamos coisas fabulosas, e trabalhar muito e bem. O meu maior mérito é deixar o exemplo de que podemos fazer tudo o que quisermos, com inteligência, racionalidade e trabalho. Essa é a minha mensagem, também na luta pela igualdade de género”, finalizou a antiga professora de geografia, caracterizada por Marcelo Rebelo de Sousa como “uma campeã”.
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